LITERATURA DE AUTORIA FEMININA E A TEORIA CRÍTICA FEMINISTA

Resumo

A subalternização de mulheres pode ser compreendida por diversas chaves interpretativas e práticas ao longo da história, seja por meio da apropriação do corpo feminino para o controle da reprodução e do trabalho, pela luta de classes, pela manutenção de certos mitos e tabus, pela desumanização pautada na questão da raça, pela disciplinarização do corpo feminino e controle de sua sexualidade, ou pelo silenciamento e renúncia de sua fisicalidade. O lugar da mulher dentro de estruturas e sociedades pautadas por práticas excludentes é geralmente dado como o lugar do “outro”, considerado abjeto e objeto. A canalização das lutas das mulheres abriu possibilidades de reflexão, dentro e fora da Academia, principalmente nas últimas décadas, sobre a invisibilidade histórica da literatura de autoria feminina. A proposta desta mesa-redonda parte da discussão de textos ligados aos estudos feministas e de gênero, a fim de municiar os/as alunos/as com um arcabouço teórico-crítico que possa ser utilizado por eles/elas em suas pesquisas, estudos, práticas de aula e posicionamento diante das demandas e questões passíveis de serem encontradas no cotidiano. Assim será possível debater o atual processo de revisão da história que se debruça sobre a contribuição intelectual das mulheres, com foco na produção literária. Como resultado, o que se percebe nesse processo é que escritoras, pesquisadoras e ativistas têm se comprometido com o descortinamento dessa produção e de tantas outras de autorias de grupos sociais que ainda hoje se encontram em situação de negligência e subalternização, e cujas culturas resistem a uma situação de apagamento perante os discursos hegemônicos.