OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE DESLIGNIFICAÇÃO ALCALINA EM FOLHAS DA COROA DO ABACAXI: ANÁLISE DO NÚMERO KAPPA E ESPECTROSCOPIA FTIR

Autores

Palavras-chave:

Ananas comosus. Sustentabilidade. Celulose. Aproveitamento de subprodutos. Análise instrumental.

Resumo

A biomassa residual do abacaxizeiro, rica em celulose, é frequentemente descartada após a colheita, subutilizando um recurso com potencial para aplicações de alto valor agregado. Contudo, durante a extração da lignina, sua recondensação compromete a eficiência da remoção de celulose. Este estudo buscou otimizar as condições de deslignificação alcalina em folhas da coroa de abacaxi em biorreator, avaliando o Número Kappa (Kp) e espectrofotometria FTIR. Foram testadas concentrações de NaOH (1%, 2% e 3%) e tempos de extração (1,5, 2,0 e 2,5 h), com análise estatística (ANOVA, teste de médias e PCA; com p-valor ≤ 0,5). O tratamento com 3% NaOH por 2,5 h promoveu a maior remoção de lignina (84,3%), resultando em polpa celulósica com Kp = 8,1, porém acarretou maior recondensação de lignina e perda de celulose. Já, o uso de 2% NaOH por 1,5 h removeu 83,9% da lignina, produzindo polpa celulósica com Kp = 8,3, com menor teor residual de lignina e maior preservação de celulose. Conclui-se que essa última condição equilibra eficiência na deslignificação e manutenção da qualidade da celulose, sendo a mais adequada para aplicações sustentáveis.

Biografia do Autor

  • Eulina F. Damião , Universidade Estadual de Goiás- UEG

    Atualmente, é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola (PPGEA) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), desenvolvendo pesquisa na linha de agroindústria com foco no reaproveitamento de resíduos para a produção de bioinsumos.Graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2022, atuou como bolsista de iniciação científica pelo PIBIC/CNPq, desenvolvendo o projeto "Uso do biochar como condicionador do solo" (2019-2020). Foi voluntária no Laboratório de Solos do Instituto de Ciências Agrárias (ICA/UFMG), onde adquiriu experiência em análises e manejo de solos. Além disso, participou do projeto Horta Moradia Universitária Cyro dos Anjos, contribuindo para ações de cultivo sustentável e segurança alimentar.Possui experiência na área de Agronomia, com ênfase em olericultura, produção de mudas frutíferas e florestais, recuperação de áreas degradadas por meio do reflorestamento e comercialização de produtos para irrigação.Além da formação na área agronômica, é técnica em Contabilidade pelo Instituto Educacional Coronel José Ortiga (2011).

  • Dr.a Rejane D. P. Mota, Universidade Estadual de Goiás-UEG

    Atualmente é pós doutoranda no Programa de Pós-Graduação da Engenharia Agrícola na Universidade Estadual de Goiás, desenvolvendo análises na área de bioinsumos. Doutora em Química pela Universidade Federal de Goiás, estudando o ensino de química. Professora efetiva do Instituto Federal de Goiás com regime de dedicação exclusiva desde 2011, atuando na área de química analítica. Possui Mestrado em Ciências Moleculares pela Universidade Estadual de Goiás (2009), estudando biofilmes de amido do cerrado. Concluiu Graduação em Química Licenciatura na Universidade Estadual de Goiás em 2006. Realizou o curso de Cristalografia pela Indiana University nos EUA (2008). Fez algumas disciplinas no Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás (2007). Possui Curso Técnico em Química Industrial pela Faculdade de Tecnologia SENAI Roberto Mange (2004), onde trabalhou como técnica de laboratório e instrutora de educação profissional, ministrando diversas disciplinas no curso técnico em química industrial (2006 a 2010).

  • Dr. Diego P. R. Ascheri, Universidade Estadual de Goiás-UEG

    Possui graduação em Ciencia Industrias Alimentárias - Universidad Nacional Agraria (1988), mestrado em Ciências dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras (1992), doutorado em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (1997), Pós-doutorado em polímeros hidrossolúveis (IMA/UFRJ). Atualmente é concursado da Universidade Estadual de Goiás. Professor e pesquisador do Curso de mestrado de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Goiás. Tem experiência na área de Ciências Agrárias, com ênfase em aproveitamento de subprodutos agroindustriais; desenvolvimento de novos materiais por extrusão termoplástica, extração e caracterização de amidos não convencionais e celulose e elaboração e caracterização de filmes biodegradáveis e sua aplicação pós-colheita. Consultor científico Ha-doc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e de revistas nacionais e internacionais.

  • Dr. José L. R. Ascheri, Universidade Estadual de Goiás-UEG

    Engenheiro de Alimentos, com Mestrado e Doutorado em Tecnologia de Alimentos pela UNICAMP. Pós-doutorado no WRRC-ARS-USDA, Califórnia, EUA. Com mais de 35 anos de experiência na área de Tecnologia de Alimentos/Tecnologia de Cereais. Pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos desde 1990. Atuando na área de processamento de cereais e extrusão de alimentos na Planta de Tecnologia de Cereais. Participa como líder e Colíder de projetos na área de desenvolvimento de produtos principalmente utilizando matérias-primas não tradicionais Autor e coautor de mais de 190 artigos em periódicos Nacionais e Internacionais relacionados à área de pesquisa e desenvolvimentos de produtos alimentícios e extrudados. Autor e coautor de mais de trabalhos apresentados em Congressos Nacionais e Internacionais. Consultor científico Ha-doc da FAPESP; CNPq, Fundação Araucária, Capes, BJFT. Sócio da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Brasil. Professor permanente do programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFRRJ, e do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo, ES. Brasil.

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Publicado

2025-08-20