SILÊNCIOS CRÍTICOS: A HISTORIOGRAFIA E HISTORIALIZAÇÃO DA ARQUITETURA DO TERCEIRO REICH NO ENSINO NO BRASIL
Palavras-chave:
arquitetura, nazismo, modernismo, historiografiaResumo
Neste texto analisa-se a presença da arquitetura produzida nos âmbitos do Regime Nazista na historiografia e na formação de arquitetos e urbanistas no Brasil, destacando o papel dos historiadores na construção narrativa, influenciada por sua temporalidade e pelos documentos disponíveis. A historiografia da arquitetura do Terceiro Reich revela lacunas importantes, que podem ser explicadas por limitações de acesso a acervos documentais disponíveis no momento das escritas, escolhas deliberadas de esquiva, intencionais justificadas ou injustificadas, ou não conscientes, dada a densidade do tema. A pesquisa examinou os currículos dos cursos de arquitetura e a presença — ou ausência — da literatura sobre o modernismo, permitindo uma leitura crítica do conteúdo ensinado. Observa-se um hiato tanto na historiografia quanto na formação acadêmica, o que revela uma resistência em incorporar criticamente o estudo da arquitetura nazista como parte do debate historiográfico, ético e moral na formação profissional. Ao evidenciar esse vazio, a investigação propõe uma reflexão sobre os critérios de inclusão e exclusão na produção do conhecimento histórico, apontando para a necessidade de revisões que considerem o papel político da arquitetura e os riscos de sua instrumentalização ideológica, como ocorrido no caso do Nazismo.