SILÊNCIOS CRÍTICOS: A HISTORIOGRAFIA E HISTORIALIZAÇÃO DA ARQUITETURA DO TERCEIRO REICH NO ENSINO NO BRASIL

Autores

Palavras-chave:

arquitetura, nazismo, modernismo, historiografia

Resumo

Neste texto analisa-se a presença da arquitetura produzida nos âmbitos do Regime Nazista na historiografia e na formação de arquitetos e urbanistas no Brasil, destacando o papel dos historiadores na construção narrativa, influenciada por sua temporalidade e pelos documentos disponíveis. A historiografia da arquitetura do Terceiro Reich revela lacunas importantes, que podem ser explicadas por limitações de acesso a acervos documentais disponíveis no momento das escritas, escolhas deliberadas de esquiva, intencionais justificadas ou injustificadas, ou não conscientes, dada a densidade do tema. A pesquisa examinou os currículos dos cursos de arquitetura e a presença — ou ausência — da literatura sobre o modernismo, permitindo uma leitura crítica do conteúdo ensinado. Observa-se um hiato tanto na historiografia quanto na formação acadêmica, o que revela uma resistência em incorporar criticamente o estudo da arquitetura nazista como parte do debate historiográfico, ético e moral na formação profissional. Ao evidenciar esse vazio, a investigação propõe uma reflexão sobre os critérios de inclusão e exclusão na produção do conhecimento histórico, apontando para a necessidade de revisões que considerem o papel político da arquitetura e os riscos de sua instrumentalização ideológica, como ocorrido no caso do Nazismo.

Biografia do Autor

  • Pedro Henrique Máximo Pereira, Universidade Estadual de Goiás

    Doutor (2019) e Mestre (2014) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília. Arquiteto e Urbanista pela Universidade Estadual de Goiás (2011), Artista Visual pela Universidade Federal de Goiás (2014) e especialista em Educação (AME) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2021). É professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Goiás, onde atualmente é coordenador do curso (2023-2025) e professor do Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais do Cerrado (PPG TECCER). É editor da Revista Nós: Estética, Cultura e Linguagens.Foi professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás) no período 2013-2023. É vencedor do Prêmio Brasília 60 anos de Tese (2020), com a trabalho: O entre-Metrópoles Goiânia-Brasília: história e metropolização. Participa dos Grupos de Pesquisa Novas Cidades da Universidade de Brasília; e do Grupo de Pesquisa CIMPARQ da PUC-Goiás. É membro da Comissão Técnica de Avaliação e Acompanhamento - CTAA (INEP/MEC), da Área de Artes e Humanidades (2020-2022/2023 -). Tem experiência na área de Arquitetura, Urbanismo e Artes Visuais, com ênfase em Teoria e/de Projeto.

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Publicado

2025-08-20