A MOBILIDADE A PÉ E A QUALIDADE DO ESPAÇO PÚBLICO: A INTERFACE COM OS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DESENHO URBANOS

Resumo

A mobilidade a pé, ocupa um papel marginal nas agendas públicas da mobilidade urbana sustentável, e no meio acadêmico. Dados da divisão modal, em cidades brasileiras, apontaram que em 2018, esse modo de transporte foi responsável por 39% das viagens.  Manter, e promover as viagens a pé, é valioso no enfrentamento às mudanças climáticas, à crise ambiental e aos desafios da mobilidade urbana. Este trabalho se dedica a buscar uma ampliação da discussão da caminhabilidade, que costuma se concentrar em aspectos relacionados à rede de circulação de pedestres, ou seja, às calçadas, para abarcar uma visão mais ampliada que inclua variáveis urbanísticas como continuidade e densidade urbanas, distribuição de atividades e qualidade da borda público-privado. Tratam-se de variáveis que são abordadas em instrumentos urbanísticos como o plano diretor, leis de uso e ocupação do solo e códigos de edificações, que, ainda hoje, são tratados de maneira desarticulada das políticas de mobilidade.