Efeito do enriquecimento ambiental no comportamento de papagaios-do-mangue (amazona amazônica) em criadouro comercial

Autores

  • Jéssica Caetano Dias Campos Universidade Estadual de Goiás - Unidade Câmpus São Luís de Montes Belos
  • Alliny das Graças Amaral Universidade Estadual de Goiás - Unidade Câmpus São Luís de Montes Belos
  • Raphaela Christina Costa Gomes
  • Rodrigo Zaiden Taveira Universidade Estadual de Goiás - Unidade Câmpus São Luís de Montes Belos
  • Felipe Eguti de Carvalho
  • Patrícia Gonçalves de Oliveira Universidade Estadual de Goiás - Unidade Câmpus São Luís de Montes Belos
  • Lucas Matheus Rodrigues

Palavras-chave:

ambiência, bem estar, cativeiro, etograma, psitacídeos

Resumo

O objetivo deste trabalho foi monitorar o comportamento e analisar o efeito da aplicação de três tipos de enriquecimento ambiental (alimentar, físico e social) para papagaios-do-mangue (Amazona amazônica) em período de reabilitação. A pesquisa foi realizada no criadouro comercial de animais silvestres: Sítio dos Animais, localizado na estrada Boa Vista do Ribeirão, Km 2, município de Guapó– GO. Avaliou-se 15 animais marcados individualmente, a metodologia de observação adotada foi a animal focal nos horários de sete, oito, nove, dez, quinze, dezesseis, dezessete, e dezoito horas, por 30 minutos em cada horário, onde em cada minuto de observação anotavam-se os comportamentos de cada individuo. O estudo foi realizado nas seguintes etapas: A) viveiro sem enriquecimento ambiental e B) viveiro com enriquecimento ambiental. Os enriquecimentos utilizados foram alimentar através da inclusão do fruto de goiaba (Psidium guajava), enriquecimento físico com a utilização de galhos de goiabeira e enriquecimento social com a inserção de espécies de papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) no recinto. As duas etapas tiveram duração de 10 dias, totalizando 40 horas de observações durante o mês de janeiro do ano de 2016. No software Statística realizou-se uma Anova Fatorial com blocos. Os fatores foram: sexo (três níveis; machos, fêmeas e não Identificados) e enriquecimento (não e sim) e os blocos foram as unidades amostrais (cada papagaio observado). Verificou-se com essas análises que os fatores sexo (machos, fêmeas e não identificados) não apresentaram interação significativa nos comportamentos. Dessa maneira, apenas os resultados da análise de comportamentos sem e com enriquecimento foram analisados e discutidos. A categoria de comportamentos estereotipados não teve variância suficiente para o teste, já que não foi relatada a ocorrência de nenhum comportamento anômalo. Estatisticamente houve diferença significativa (P<0,05) antes e após a inclusão de enriquecimento ambiental para as categorias comportamentais repouso (F = 5,741 e p = 0,034), vocalização (F = 11,748 e p = 0,005), não observado (F = 4,824 e p = 0,049), locomoção (F = 10,838 e p = 0,006) e alimentação (F = 11,820 e p = 0,005). E para as categorias de comportamentos voando (F = 0,963 e p = 0,346), social (F = 1,020 e p = 0,332), manutenção (F = 0,694 e p = 0,421) e autoproteção (F = 0,019 e p = 0,892) não houve diferença significativa. O aumento das frequências comportamentais de vocalização, locomoção, alimentação e a diminuição do comportamento escondido no abrigo depois da inclusão de enriquecimento ambiental no recinto foram favoráveis para a reabilitação dos animais em cativeiro.

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Publicado

2017-02-09