Dinâmica imobiliária recente e seus impactos na reconfiguração urbana e socioespacial da Região Metropolitana de Goiânia

Autores

  • Elcileni de Melo Borges Universidade Federal de Goiás
  • Débora Ferreira Cunha Universidade Federal de Goiás

Resumo

O mercado imobiliário no Brasil nos anos 2000, especialmente a partir de 2007, vive um dos seus melhores momentos em termos de comercialização, expansão das vendas e lançamentos imobiliários – um verdadeiro boom de construções – atraindo o interesse global e transformando o país num dos melhores lugares do mundo para os investidores estrangeiros desde 2011 (Associação de Investidores Estrangeiros no Mercado Imobiliário – AFIRE). Além do cenário econômico favorável; a reestruturação da política habitacional nacional, com retomada do financiamento público e expansão do crédito imobiliário (passou de 3% do PIB em 2007 para 7,5% em 2013); as transformações no circuito imobiliário (uma série de medidas legais adotadas e a abertura de capitais imobiliários na bolsa de valores); estão entre os fatores explicativos do atual dinamismo, em especial no “segmento econômico” de imóveis (SHIMBO, 2010). E ainda a criação do Sistema e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS/FNHIS (Lei nº 11.124/2005) ampliando o acesso ao subsídio habitacional, bem como os programas habitacionais populares (Crédito Solidário, Produção Social de Moradia, PAC Habitação, MCMV), significando a incorporação das classes de menores rendas ao mercado formal de moradia. Em decorrência, a expansão do capital financeiro no espaço urbano vem ocasionando a valorização e especulação com o preço da terra, provocando o reordenamento territorial do país e o crescimento desordenado das cidades. No que se refere à habitação de interesse social predomina a expansão do modelo de “urbanização sem cidade” (FIX, 2011); “de péssima qualidade urbanística e arquitetônica”, “distantes de infraestrutura urbana e serviços” (WHITAKER e LEITÃO, 2011), o que onera excessivamente o poder público e a sociedade e impacta a própria organização socioespacial das cidades. Essa é a tônica quando se analisa os novos empreendimentos habitacionais que vem sendo erguidos na Região Metropolitana de Goiânia – RMG.

 

Biografia do Autor

  • Elcileni de Melo Borges, Universidade Federal de Goiás
    Economista; Gestora Governamental de Goiás; Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia/Instituto de Estudos Sócio-Ambientais – IESA/Universidade Federal de Goiás.
  • Débora Ferreira Cunha, Universidade Federal de Goiás
    Economista; Professora na Faculdade de Ciências Sociais – FCS/UFG; Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia/Instituto de Estudos Sócio-Ambientais – IESA/Universidades Federal de Goiás.

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Publicado

2015-07-15