Estudos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral no Brasil - Revisão da literatura
Resumo
A Leishmaniose Visceral é uma zoonose severa, endêmica nas Américas e que se encontra entre as sete principais endemias, em parâmetros mundiais, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Essa enfermidade pode afetar cerca de um a dois milhões de pessoas, no mundo, por ano. Além disso, estima-se que trezentos e sessenta milhões de pessoas estão expostas ao risco de infecção diante toda extensão global. Com índice de mortalidade alto, a Leishmaniose Visceral possui cerca de quinhentos mil novos casos ao ano, desses pacientes, 10% vão a óbito. O Brasil é o país de maior endemia desta doença, responsável por aproximadamente 97% de todos os casos do continente, além de ter o maior índice de enfermidade por essa doença, chegando a 3.261,75 casos/ano. A Leishmaniose visceral é causada pelo protozoário Leishmania chagasi, transmitida pelo mosquito flebotomíneo e seu principal reservatório são os canídeos domésticos. Vários fatores epidemiológicos são citados para justificar o aumento da incidência dessa enfermidade, a exemplo disso, temos: a rápida urbanização, devido ao grande crescimento populacional; moradias próximas à mata fechada e a vegetação, onde é o habitat natural do vetor; questões socioeconômicas e higiênico-sanitárias, que favorece o acúmulo de matéria orgânica que são essenciais para o ciclo de vida do mosquito, estimulando a domiciliação do mesmo. No Brasil, o controle epidemiológico desta doença é feito através da eliminação, por eutanásia, de cães soropositivos, uso de inseticidas e tratamento médico para humanos. A vigilância epidemiológica feita no Brasil, tem como objetivo reduzir as taxas de letalidade e grau de morbidade por meio do diagnóstico e tratamentos precoces dos casos, bem como, diminuir o risco de transmissão, controlando a população de reservatórios e do agente transmissor. Consideramos que houve um aumento preocupante, nos últimos 10 anos, da prevalência de Leishmaniose Visceral. Para tanto, devem ser tomadas medidas epidemiológicas, medidas públicas e sanitárias a fim de controlar e erradicar a doença no Brasil, visto que, é um país com maior número de casos confirmados, quando comparado com outros países Americanos.