Tumor venéreo transmissível em cavidade nasal de cão - relato de caso

Autores

  • Janaína Tavares Mendonça
  • Wilian Aires Gonçalves Júnior
  • Warley Leal Flor
  • Ana Cristina Bastos Candini
  • Gabriela Pires Nascimento
  • Iesser Gasel Ghazalé Júnior

Resumo

Foi atendido na clínica veterinária Helou Vet, cão macho, inteiro, adulto, sem raça definida, apresentando como queixa principal epistaxe. Após avaliação clínica, foi colhido sangue para realização de exames laboratoriais, constatando leucocitose por neutrofilia, eosinofilia e monocitose. No plaquetograma foi evidenciado trombocitopenia, sendo levantado o diagnóstico presuntivo de hemoparasitose. Mesmo após o tratamento com Doxiciclina (10 mg/kg BID VO, por 28 dias), Ácido Tranexâmico (25 mg/kg BID VO, por 10 dias) e vitamina k (2,5 mg/kg BID VO, por 15 dias), não houve êxito na resolução da epistaxe, sendo então solicitados testes de hemostasia secundária (Tempo de Protrombina e Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado) obtendo resultados normais para o paciente. O animal foi encaminhado para a realização de uma rinoscopia, evidenciando a presença bilateral de uma neoformação ocupando o meato nasal médio e ventral. Coletou-se material para análise histopatológica, sendo este conclusivo para Tumor Venéreo Transmissível. O TVT é uma neoplasia de células redondas ou mesenquimatosas. A transmissão ocorre quando células tumorais e/ou neoplásicas são implantadas mecanicamente, através de montas naturais e por lambedura excessiva da área genital, podendo ocasionar lesões em boca, cavidade oral, nariz e até mesmo na pele, não envolvendo qualquer agente infeccioso em sua etiologia. Como tratamento foi administrado Sulfato de Vincristina na dose de 0,025 mg/kg, em aplicações endovenosas a cada 7 dias, durante 4 semanas, sendo realizados hemogramas seriados durante o tratamento para monitoração do surgimento de possíveis complicações. Após terapia, nova citologia nasal foi realizada, constatando ser livre de células tumorais.

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Publicado

2022-06-27