Uso de Ocitocina na produção leitera

Resumo

Atualmente tem sido discutido o uso de ocitocina exógena no rebanho leiteiro, visando aumentar a produção de leite. O objetivo foi revisar estudos do uso da ocitocina na ordenha de vacas leiteiras. A ocitocina sintética pode ser usada clinicamente e administrada via IV, IM ou subcutânea, os efeitos são breves após a administração IV, por esse motivo, a administração no manejo da ordenha com o intuito de facilitar a ejeção do leite. A ocitocina atua na glândula mamária contraindo células mioepiteliais para que o leite possa sair dos canais alveolares e descer até o teto. Foram revisados estudos sobre a administração de ocitocina sintética e os resultados sugerem que o uso da ocitocina antes da ordenha pode aumentar a produção e até mesmo a porcentagem de gordura do leite, uma vez que 75% da gordura fica retida na fração alveolar do teto e só será liberada através do efeito desse hormônio. Alguns trabalhos sugerem aumentos expressivos em relação à produtividade, que podem chegar a 89% quando administrada a ocitocina antes da ordenha se comparados a grupos controle porém em grupos com mais de 40 animais, a diferença é de apenas 5%. O aumento  torna-se questionável do ponto de vista econômico, considerando-se o valor da droga, e também, do ponto de vista do melhoramento animal já que pode encobrir animais que apresentem problemas na produção/secreção da ocitocina endógena, contudo, poderá facilitar o manejo diminuindo o tempo que naturalmente a vaca lactante levaria para secretar a ocitocina. Conclui-se que há necessidade de mais trabalhos que comprovem os prejuízos em relação ao melhoramento animal e também ao custo em situações onde a ordenha é realizada de forma mais lenta e que o uso de ocitocina em rebanhos com ordenha conduzida de forma mais lenta não irá acarretar benefícios significativos à produção, enquanto que em rebanhos que a ordenha é realizada de forma mais agilizada haverá um aumento significativo.