MULHERES DE BRINQUEDO? “(DES) TERRITORIALIZAÇÃO FEMININA: IMAGINÁRIO, FICÇÃO E ESTÉTICA DO FEMININO NOS QUADRINHOS (NAS DÉCADAS DE 1960, 70 E 80).
Resumo
É por meio da comunicação que as sociedades podem compartilhar suas experiências, sentimentos, idéias e expectativas. Através dela, as pessoas se mantêm interconectadas e interdependem-se, entendem-se mutuamente, e, de inúmeras maneiras, fazem com que as suas relações se estendam a outros lugares. Modificam-se constantemente nos espaços e pelos espaços em que vivem. Juan E. D. Bordenave deixa claro ao afirmar que “tudo comunica”. A importância da comunicação desde as sociedades mais antigas na construção das suas relações de sentido foi, sem dúvida, fundamentalmente elaborada e pensada segundo seus fundamentos culturais. O ato da comunicação (Juan Bordenave) exerce, portanto, um forte impacto sobre os íntimos prazeres que pairam sobre as sociedades. Com as histórias em quadrinhos, nesse caso, vivem-se as sensações de uma realidade desejada. No imaginário que habita o indivíduo, todos os seus laboriosos impulsos variam segundo os níveis de estímulos provenientes da mensagem transmitida, como sobre o sexo, por exemplo – comum entre os indivíduos. Assim, a prática do sexo é o mesmo desde a antiguidade, porém seus sentidos são outros, eles mudam de acordo com que as sociedades também mudam. Dessa forma, os quadrinhos pornográficos, passam a representar, ainda, as fantasias do universo adulto e suas maneiras de significações em torno das sensações sexuais da juventude. Podemos nos comunicar sobre a estética feminina, pela imagem que ela representa quando veiculada. E, portanto, a estetização do sexo também é tematizado pelos quadrinhos. O triunfo da imagem gráfica na contemporaneidade, assim como em tempos remotos, significou o sexo, e o prazer dele, em seus diversos sentidos. Nas décadas de 60, 70 e 80, este pôde ultrapassar, nos quadrinhos, as roupas justas das super-heroínas e, além delas, passou a encenar situações diversas da vida social, influindo no imaginário da vida masculina. A partir das histórias em quadrinhos podemos compreender um mundo de representações sobre a figura sexualizada da estética da mulher. Os feitios estéticos das mulheres fazem parte do imaginário masculino, e, portanto, pensar a mulher (histórica) desejada ou não, nos quadrinhos, faz desta pesquisa um meio que abrange as possibilidades sobre os novos rumos da relação entre o campo da História e da Comunicação.
Palavras-chave: Comunicação, história em quadrinho, sexualidade, imaginário.