A IDENTIDADE CULTURAL DO EU POÉTICO NOS POEMAS DE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Palavras-chave:
Metrópole, Identidade Cultural, Poemas de SophiaResumo
Este artigo propõe uma analise da identidade cultural do eu lírico a partir da sua relação com a sociedade moderna e sua perspectiva do espaço metropolitano nos poemas “Casa branca”, “Cidade” e “Mar” da poetisa Sophia Andresen, com o objetivo de compreender a relação social e cultura do eu poético com o espaço metropolitano e as mudanças ocorridas a partir da segunda metade do século XIX até ao século XX. Diante de tais transformações, o homem moderno vive uma situação paradoxal, pois se sente dividido entre a tradição e a modernidade, pois sua identidade cultural está projetada no modelo tradicional que lhe permitia o estreitamento dos laços afetivos, o convívio familiar e, no entanto, vive numa sociedade na qual predomina o individualismo. Na análise dos poemas, nota-se que o eu lírico tem uma relação de adversidade com a metrópole e com a sociedade moderna, denotando, assim, uma crise de identidade em função das constantes e permanentes mudanças sociais e culturais ocorridas na modernidade. Dessa forma, pode-se entender que a crise de identidade vivenciada pelo eu lírico, nos poemas de Sophia, é uma crítica ao desenvolvimento da indústria e do comércio que explora a mão de obra em função da produção industrial em larga escala submetendo o operário a longas jornadas de trabalho, seu poder de destruição do meio ambiente e consequentemente, ao sistema capitalista que é, em grande parte, o responsável por essa desordem social. Para a concretização desta pesquisa propomos um estudo bibliográfico dos autores Julio Pimentel Pinto (1998), Lewis Mumford (1991), Gaston Bachelard (1978) Stuart Hall (2006) e Anthony Giddens (1991), dentre outros.