VIOLÊNCIA E PODER SOB A PERSPECTIVA DE MARGINALIZADOS NA CONTÍSTICA DE RUBEM FONSECA

Resumo

O presente trabalho tem como intuito analisar a relação entre violência e poder em contos de Rubem Fonseca, a partir da perspectiva de personagens marginalizadas em situação de pobreza. Por meio de alguns contos selecionados, são analisados os processos de representação da violência física e/ou simbólica e das relações de poder sob a ótica dos narradores-personagens dos contos, a partir de suas formações identitárias e da relação que eles mantêm com o espaço em que estão inseridos. Nesse contexto, este trabalho prioriza as categorias da narrativa personagem e espaço, com atenção para as contribuições da linguagem literária constante nos textos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que é realizada a partir de uma articulação entre teorias literárias e sociológicas e o texto literário, para proceder ao mapeamento e análise das representações da violência e das relações de poder, destacando nesse contexto a disputa pela afirmação e manutenção de identidades, bem como suas possibilidades de transformação. Para o embasamento teórico são utilizados os estudos de Borges Filho (2007), Brandão (2013, 2015), Cuche (2002), Figueiredo (2003), Foucault (2003, 2005, 2009, 2013, 2015), Ginzburg (2012), Schøllhammer (2011, 2013), dentre outros. Em suma, percebe-se que o uso da violência simbólica e/ou física é uma das engrenagens que movimenta as relações de poder que se efetivam na sociedade, e que a força da violência é um instrumento necessário, no contexto dos contos, para que as personagens analisadas pudessem permanecer em uma posição privilegiada nessas relações constantes no espaço literário, cada uma de acordo com as suas necessidades, condições e motivos específicos.