Orixás nas religiões afro-brasileiras: complexidade, sincretismo e a manifestação anual da procissão à Xangô em Caldas Novas
Resumo
Este artigo explora a complexidade das religiões afro-brasileiras, com foco na veneração dos Orixás e na especificidade do sincretismo religioso. Inicia-se com uma análise das compreensões teóricas de Pierre Verger e Reginaldo Prandi, destacando a riqueza das representações e interpretações dos Orixás e como essas reflexões espirituais são fundamentais para as práticas religiosas afro-brasileiras. O estudo também destaca a diversidade regional e as variações na inspiração dos Orixás, evidenciando como essa espiritualidade se adaptou e evoluiu ao longo do tempo e do espaço, tanto na África como no Brasil, especialmente durante o período da escravidão. Além disso, analisamos a Procissão à Xangô em Caldas Novas, Goiás, para identificar como as religiões afro-brasileiras continuam a desempenhar um papel crucial na sociedade contemporânea. Este evento anual não apenas celebra a fé e a cultura afro-brasileira, mas também atua como um contraponto à intolerância religiosa, promovendo o entendimento e o respeito pela diversidade espiritual. O artigo ressalta a importância do sincretismo religioso como uma estratégia de preservação das tradições afro-brasileiras, que se mesclaram com elementos do catolicismo, criando uma identidade única e resiliente. Além disso, destaca a relevância de combater a intolerância religiosa em todas as suas formas.
Palavras-chave: Orixás. Religiões Afro-Brasileiras. Intolerância Religiosa. Procissão a Xangô.