Divórcio em Goiás: estereótipos sobre mulheres divorciadas e a resistência familiar (1977-2007)
Resumo
O casamento, inicialmente visto como um pacto entre um homem e uma mulher com funções claras de procriação e responsabilidades sociais, envolvia uma dissolução complexa relacionada à propriedade, filhos e honra. O estigma sobre as mulheres divorciadas, que desafiavam normas tradicionais, também cresceu. A resistência ao divórcio no Brasil, especialmente entre as décadas de 1977 e 2007, estava ligada a influências religiosas e culturais, que viam o casamento como uma união sagrada e indissolúvel. A Lei do Divórcio de 1977 foi um marco, mas sua implementação encontrou resistência em regiões mais conservadoras, onde as mulheres eram frequentemente estigmatizadas. Embora a legislação tenha permitido o divórcio, a autonomia das mulheres ainda era limitada por normas culturais que priorizavam a preservação da unidade familiar, muitas vezes em detrimento do bem-estar feminino. Conclui-se que no período de 1977 a 2007, apesar do avanço legal com a aprovação da Lei do Divórcio, a resistência cultural ao divórcio permaneceu. Famílias tradicionais, que valorizavam a indissolubilidade do casamento, e a influência religiosa, especialmente da Igreja Católica, dificultaram a plena aceitação do divórcio como uma alternativa válida e respeitável.
Palavras-chave: Estigmas. Normas sociais. Mulheres divorciadas. Patriarcado.