A ESTÉTICA ROMÂNTICA EM POEMAS DE ANTERO DE QUENTAL

Autores

  • Carolainy Costa REIS
  • Paula Cristina E. GUEDES
  • Maria Aparecida Barros de Oliveira CRUZ

Resumo

Antero de Quental, líder intelectual da geração de 70 e poeta do realismo português, um movimento que mudou os paradigmas da cultura portuguesa do século XIX, possui poemas que oscilam entre um romantismo humanitarista e um realismo de tons filosóficos e doutrinário, que mais tarde descamba em negrume pessimista e noturno. Como os românticos abandonaram o soneto, pois esta forma poética lhes exigia uma disciplina formal que não estava de forma alguma em seus hábitos, Antero colabora enquanto realista na sua reabilitação, mas isso não significa que o autor das Odes Modernas tenha
sido só realista. Na sua obra poética, são evidentes as marcas românticas,; o seu “eu” lírico é incessantemente atraído pela morte, sendo esta um tema que predomina em muitos de seus poemas. Dessa maneira, divisados em conjuntos, permite-se ver em Antero uma nítida visão romântica do mundo à medida que era repleto de sonhos e de uma metafísica, mesmo tendo sido um combatente árduo da causa realista. Essas características estão presentes em toda a sua obra. Ele pautava- se por um idealismo tão acendrado que não se viu contaminado por algumas atitudes de um ser visionário e sonhador. Uma das características do romantismo é o apreço pela noite, que na poesia
anteriana comparece em dois movimentos. Em um ele convoca a noite para adormecer os sonhos românticos, abrindo espaço para a entrada do sol, do dia, isto é, da causa realista. Em outros poemas, a noite é cultuada pelo eu lírico, revelando, assim, o grau de proximidade entre eles. O objetivo desse trabalho é identificar de que forma a estética romântica comparece na poesia anteriana e com quais propósitos. Para tanto, consideraremos os poemas “A um poeta” onde o mesmo não critica seu opositor, e sim os chama para unir forças com os realistas e provocar mudanças de que, nesse período, Portugal precisava. E o Poema Nox, onde está expresso todo o desespero existencial do poeta. Observa-se que o eu-lírico enxerga na morte o consolo para suas aflições. A análise contará com as contribuições de Massaud Moisés (2012) e Óscar Lopes (1983).

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Publicado

2017-05-05