A ORDEM DO RELATO E A PRETENDIDA VERACIDADE NA ESCRITA CRONÍSTICA INGLESA DO SÉCULO XIV
Resumo
A composição cronística foi um dos cernes da escrita histórica na Inglaterra entre os séculos VI e XVI. Na presente comunicação, inquirimo-nos acerca da relação estabelecida entre a ordenação textual e o pleito a veracidade nos relatos de cronistas durante o reinado de Eduardo III (r. 1327 – 1377), período que testemunhou transformações nas formas de registro da história, isto é, de uma marcadamente monástica para outra com grande influência secular. Observaremos se nas crônicas do Anônimo de Canterbury, Geoffrey le Baker (? - 1358?), Jean le Bel (c. 1290 - 1360) e Thomas Gray (1310? - 1369), indivíduos que desempenharam diferentes papéis administrativos e militares durante as décadas de 1340 e 1360, existem similaridades que nos permitam traçar pontos em comum sobre a importância dada à cronologia das informações dispostas e a pretensa incontestabilidade de seu conteúdo entre o público para o qual tais escritos estavam voltados. Até que ponto haveria preocupações com o que seria digno de registro e o como fazê-lo para cronistas que escreveram simultaneamente, mas localizavam-se em diferentes regiões dentro e fora do reino? Uma das características daqueles empenhados no fazer histórico é o contato com guerreiros em decorrência dos conflitos contra franceses e escoceses, acedendo assim a documentos produzidos por aqueles que lá estiveram e a seu testemunho oral. Tal questionamento é pertinente ao considerarmos que os ingleses não contavam com um centro de produção da história oficial que delineasse seus parâmetros, como observou-se simultaneamente, por exemplo, no monastério de Saint Denis, na França, e por isso mesmo nos indagamos se partilharam de certas regras na sua disposição textual, pois isso possibilitaria dizer se houve uma forma comum de conceber a história, e assim relacionar a ordem do relato com a tão pretendida veracidade que permeou as aspirações dos cronistas daquela época.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).