Almanach de A. J. Costa Brandão: um panorama historiográfico na constituição do Almanaque

Autores

  • João Gonçalves

Resumo

Com origem atribuída à cultura árabe do al-manaj, relacionado ao quadrante solar que media o tempo, os almanaques são tipos de publicação que em meados de 1455 começaram a circular na Europa, com o surgimento da imprensa, e tornaram-se amplamente difundidos. Tratando de temas com funcionalidade prática, tais como previsões astrológicas e calendários que orientavam a atividade agrícola, também abordavam temas do cotidiano, como anedotas, poesias, histórias, curiosidades e diversos outros, promovendo um entretenimento acessível, com linguagem simples acompanhada de figuras e símbolos indicativos, constituindo assim, um “guia por excelência”, catálogo que descreve com minúcias as circunstâncias da vida cotidiana. No Brasil, têm início principalmente com a proclamação da liberdade de imprensa, em 1821, assumindo diversas tipologias, desde cunho administrativo, funcionando como inventário onde se encontram contidas diversas informações a respeito da vida nas cidades, com horários de trens, tabelas de preços e produtos, e tarifas; à almanaques literários. No início do século XX, tornaram-se bastante populares os almanaques de farmácia, resultantes do ideário educacional higiênico propagado pelas políticas sanitaristas, quando as edições do Pharol da Medicina, Bromil, Capivarol e o conhecido Almanaque Fontoura, criado pelo farmacêutico Cândito Fontoura e ilustrado por Monteiro Lobato, em 1920, adquiriram tiragem de cifras numerosas. O objetivo desde trabalho trata, neste contexto, de analisar o importante Almanach da Província de Goyaz, editado por Antônio José da Costa Brandão, em 1886, onde encontramos sintetizados importantes dados histórico-corógrafo-etnográficos sobre a então província, além de definir a medida de sua importância num âmbito historiográfico e, porque não, educacional.

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Publicado

2017-02-08