A prática político-pedagógica de alfabetização e letramento, partindo da oralidade: algumas considerações

Autores

  • Elizete Beatriz Azambuja UEG - Universidade Estadual de Goiás

Palavras-chave:

Alfabetização. Letramento. Oralidade. Práticas significativas. Gêneros textuais.

Resumo

Com o minicurso que propomos, temos como objetivo central constituir um espaço para a reflexão a respeito das práticas de alfabetização e letramento, levando em conta que tais práticas se constituem por aspectos político-pedagógicos, sociais e linguísticos, os quais são indissociáveis. Para isso, organizamos o nosso trabalho em três momentos inter-relacionados, em que, primeiramente, conversamos sobre alguns pontos referentes ao fato de, numa sociedade desigual e grafocêntrica, haver um grande número de pessoas que ainda não têm acesso ao conhecimento da escrita. Nessa perspectiva, buscamos dialogar sobre a história de acesso à escrita no grupo de origem dos/as participantes do minicurso. No segundo momento, discutimos sobre sérios equívocos que ainda caracterizam práticas de alfabetização que
desconsideram os conhecimentos de mundo e da modalidade oral de língua que o sujeito aprendente traz consigo e que resultam na discriminação do seu modo de falar/ser. No terceiro momento, buscamos apresentar alguns conhecimentos linguísticos que consideramos fundamentais para o/a educador/a alfabetizador/a que pretende contribuir para que os/as estudantes conheçam o funcionamento da escrita alfabética, compreendendo as complexas relações entre os fonemas e as letras. Na sequência, apresentamos possibilidades de um trabalho pedagógico significativo, nas etapas iniciais do processo de alfabetização e letramento, como exemplo o trabalho coletivo com os nomes próprios de pessoas com os quais os/as aprendentes têm relação afetiva, assim como a leitura e a escrita de diferentes gêneros textuais. Neste minicurso, também pretendemos enfatizar que há décadas têm sido produzidos estudos sobre possibilidades de um trabalho significativo para a aprendizagem da leitura e da escrita, tanto com crianças quanto com adultos, como Paulo Freire, Luiz Carlos Cagliari, Magda Soares, Roxane Rojo, dentre outros/as estudiosos/as que se dedicaram/dedicam a pensar em práticas desenvolvidas no espaço escolar que estejam vinculadas com as práticas de linguagem na sociedade, visto que, mesmo antes de se aprender a ler e a escrever convencionalmente, aprende-se sobre o funcionamento social da escrita, no cotidiano. No entanto, a escola, ainda hoje, insiste em apresentar um método de alfabetizar descontextualizado e repetitivo fundamentado no “bá-bé-bi-bó-bu”.

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Publicado

2018-05-22