Os “colarinhos brancos” encarcerados no imaginário sócio-histórico

Autores

  • Isabella Teixeira Barbosa Alves UEG - Universidade Estadual de Goiás
  • Elizete Beatriz Azambuja UEG - Universidade Estadual de Goiás

Palavras-chave:

Análise de discurso. Criminosos. Colarinho Branco. Desigualdade social.

Resumo

Este texto trata da pesquisa de iniciação científica que desenvolvemos e tem como um dos principais objetivos analisar notícias e comentários acerca dos sujeitos criminosos de “colarinho branco”. Para o estudo, nos fundamentamos nas noções teóricas da Análise de Discurso, teoria que considera indissociável a relação entre o sujeito, a língua e o contexto sócio-histórico e ideológico. A partir das análises, pretendemos refletir sobre as formações imaginárias que são expostas em jornais on line e sites sobre esses detentos, pois muitas das notícias são tendenciosas e passam apenas um lado da história, fazendo com que assim uma grande parte dos leitores levem em conta apenas o que os jornalistas desejam passar/informar sem questionar a veracidade das notícias publicadas. Temos como objetivos, entender o imaginário social acerca dos criminosos de “colarinho branco”, compreender como os discursos se constituem nas notícias, observando o funcionamento ideológico nas regularidades enunciativas presentes no material de análise, observar como os efeitos de sentido sócio-historicamente construídos se apresentam nos discursos produzidos. Com essa pesquisa, esperamos proporcionar uma reflexão acerca das diferenças sociais que se apresentam nos espaços de cárceres, assim como no discurso sobre os criminosos de “colarinho branco”. Para fundamentação do corpus analisado, trabalharemos com autores como Orlandi, Travaglia, Foulcault entre outros. Ao analisar algumas notícias, conseguimos perceber como os criminosos de “colarinho branco” são tratados por sua posição social e não por seus crimes de fato, além disso, com os recortes das notícias, também pudemos ver como alguns internautas se sentem sobre o assunto. Com a análise dessas notícias e comentários, constatamos como a relação de poder desses detentos influencia não só em como eles são tratados perante a justiça, mas também nas notícias que são expostas sobre os mesmos, pois não são criticados pelos privilégios que recebem, apenas descrevem como foram absolvidos ou em como tem regalias. Esperamos contribuir para que a sociedade perceba as diferenças no imaginário sócio-histórico a respeito dos cárceres e que, ao divulgar essa pesquisa, possamos de alguma forma contribuir para que a população questione de forma mais efetiva a justiça, pois sabemos que a maioria dos detentos são pobres e sofrem em prisões sem condições dignas enquanto outros conseguem “favores” por sua posição social.

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Publicado

2018-05-24