Estudos de literatura brasileira contemporânea e sociedade
Resumo
Em consequência da dificuldade existente em definir a literatura contemporânea em um conceito fixo, a crítica ainda não possui subsídios para delimitar em quais valores estéticos e ideológicos as produções contemporâneas se firmam. A partir da década de 60, a prosa e a poesia refletem as crises culturais marcadas por revoluções, feminismo, libertação sexual, ódio à burguesia, ao capitalismo, além de representar a luta contra a ditadura no Brasil. O poema volta-se para a circunstância imediata da vida, valorizando aquilo que é considerado menor pelo cânone. Em tempos contemporâneos, a poesia representa a sociedade, pois há uma crise de identidade, a ausência de utopia e, com isso, as discussões de ordem cultural e artística passam a ser redimensionadas pelos meios de comunicação e a indústria cultural. Assim, as produções retornam à subjetividade, tendo hodiernamente como horizonte o cotidiano banal. Esse trabalho busca discutir o que a crítica entende por literatura contemporânea, literatura essa marcada por uma multiplicidade de tendências, valores, características estéticas e representação de vozes que reúnem um conjunto de aspectos que dialogam com o contexto e com a tradição por meio da intersecção com outras esferas da sociedade atual, tais como: os meios de comunicação de massa, o mercado e a indústria cultural. Logo, consiste em refletir de que forma se configura a literatura no contexto atual para pensar sobre a relação entre a obra literária e a sociedade. Para isso, a metodologia parte dos estudos de Candido (2003), Eco (2017), Moriconi (2002), Pellegrini (2008), Schøllhammer (2011), entre outros.