SERÁ QUE SOU MESMO PROFESSOR/A?:

A identidade docente pelo olhar do outro

Resumo

Ao refletirmos sobre a identidade profissional de professores/as línguas, percebemos que a (re)construção constante do eu-docente se dá por meio do olhar para si e, também, do outro. Nesse viés, o objetivo deste texto é refletir sobre a (re)construção da identidade docente de professores/as de línguas no período de inserção profissional levando em conta suas percepções sobre comentários de outras pessoas acerca de sua atuação docente. Para tanto, consideramos as percepções de três egressas do curso de Letras Português Inglês de uma universidade pública do estado de Goiás, expressas em conversas individuais que fazem parte do material empírico de uma pesquisa de mestrado em andamento. Vale ressaltar que o cenário do estudo se baseia no período de inserção profissional, ou seja, no processo de entrada na carreira docente. A metodologia do estudo é de base qualitativo-interpretativista (Moita Lopes, 1994). Pessoa e Urzêda-Freitas (2015), Mastrella-de-Andrade, Castello e Nascimento (2022), Freire (1987) e Alves et al. (2007) contribuem com as reflexões aqui traçadas em diálogo com as três egressas, fomentando nossa discussão acerca da (re)construção da identidade docente. O estudo parece indicar que comentários ditos e até olhares sentidos são influenciáveis no eu-docente, principalmente no processo de inserção profissional, pois é um cenário repleto de muitas inseguranças sobre o ser/estar/tornar-se professor/a. Uma identidade já ferida após ser atingida por comentários que causam sofrimento pode ter o desfecho de uma percepção de si distorcida e ser, até mesmo, destruída. Por outro lado, o incentivo do outro pode impulsionar o/a docente, proporcionando novas noções de si.

Palavras-chave: Identidade docente. Sentimentos. Egressas/os. Língua.