PREDIÇÃO DO PESO VIVO DE BOVINOS EM FUNÇÃO DA ALTURA DA CERNELHA E DO PERÍMETRO TORÁCICO

Resumo

Em virtude da baixa infraestrutura na maioria das propriedades brasileiras, gerando uma falta de índices zootécnicos para o correto manejo e venda dos animais ao abate, surge à necessidade de alternativas econômicas para atender os pequenos e médios produtores de bovinos. A utilização de praticas morfométricas é uma alternativa bastante viável e de fácil manuseio, permitindo o produtor estimar o peso vivo, possibilitando a correta tomada de decisão. Objetivou-se determinar uma fórmula para predição do peso vivo de bovinos, por meio das medidas corporais de altura da cernelha e perímetro torácico. O experimento, com os bovinos Nelore, foi conduzido nas Fazendas Água Boa, Beira Rio e São Jerônimo, localizadas em Corumbaíba - GO, e no Confinamento São Lucas, em Santa Helena de Goiás, com a utilização de 847 animais, oriundos de criação em sistema extensivo. Já para os animais Mestiços (Nelore x Holandês), criados em sistema intensivo, o experimento foi conduzido na Fazenda Escola na Universidade Estadual de Goiás e em propriedades na região Metropolitana de Goiânia, com a utilização de 630 animais. Ambos no período de fevereiro a maio de 2014. Para a determinação da fórmula de predição do peso vivo, foram realizadas duas medidas corporais: Altura da cernelha (AC) – se mede do ponto mais alto da região inter-escapular até o solo; Perímetro torácico (PT) – se torna no ponto dorsal mais baixo da região inter-escapular e a região esternal inferior correspondente. Para a obtenção das medidas, foi utilizado hipômetro, fita métrica, trena e balança, direcionando os animais ao brete de contensão e posicionando-os para evitar quaisquer desníveis que provocariam erros nas medidas. A tabulação dos dados ocorreu durante todo o processo de coleta dos dados, as análises foram realizadas nos meses de junho e julho de 2014. Com o programa estatístico computacional R (Versão 2.15.2), foi determinado à correlação fenotípica entre as medidas morfométricas para verificação de sua proximidade. Foi analisada a regressão do peso vivo sobre os valores de perímetro torácico e altura da cernelha, determinando uma equação de predição de peso vivo dos animais sem o uso de balança. Por meio da morfometria aferiu-se as medidas corporais de macho Nelore e dos Mestiços, permitindo o cálculo da correlação entre as características e a estimativa do peso corporal. Em virtude da alta correlação do peso vivo com a AC e PT, fez-se uma regressão determinando uma fórmula de predição do peso vivo para macho Nelore, criados em sistema extensivo, com 85,72% de confiabilidade, e outra para os machos Mestiços, criados em sistema intensivo. As fórmulas encontradas estão descritas a seguir: f(x, y) = - 47,27991 - 341,2195x + 133,1956y + 283,6416xy (Nelore); f(x, y) = 1289,309 – 1440,813x – 711,2522y + 972,4045xy (Mestiço); Onde: f = Peso vivo; x = Altura da cernelha; y = Perímetro torácico. Foram verificadas altas correlações entre as medidas morfométricas e o peso dos animais avaliados, mostrando que é possível selecionar os animais de maior perímetro torácico e altura da cernelha, para obter animais mais pesados.