RASTAFARIANISMO: Múltiplos Discursos no Reggae Candango

Resumo

O rastafarianismo, em acordo com Danilo Rabelo (2006), é um movimento cultural, filosófico e de caráter religioso. O termo rastafári tem sua origem em Ras (“príncipe ou cabeça”) Tafari (“da paz”) atribuído ao príncipe da Etiópia Hailê Salassiê, em 1930, a quem foi atribuído o de Reis dos Reis, Leão Conquistador da Tribo de Judá, entre outros, acreditando ser da representação viva de Jah (Deus). O reggae é um gênero musical resultante de uma mescla de sons da Jamaica, dos Estados Unidos e de Trinidad e Tobago. Sua eclosão para o mundo ocorreu na metade dos anos setenta fazendo profundas críticas ao sistema capitalista. Também possui forte conotação religiosa que ligada ao reggae recorre temas como o amor entre homem e mulher e os desejos dos rastas, como por exemplo, a repatriação da Etiópia e, por conta de seus valores fundamentais, acaba coincidentemente rompendo com práticas inerentes ao sistema capitalista. O reggae chegou ao Brasil na segunda metade dos anos 80 em obras de Gilberto Gil e Jards Macalé. Nesse trabalho, faremos um estudo de caso das bandas Natiruts e Umarraiz, ambas do Distrito Federal. Essas bandas tomaram o reggae como base e ligaram sua estrutura musical a novos gêneros brasileiros. Suas letras trazem um caráter de amor, de paz interior ligado a Jah (Deus), questionador das injustiças ligadas ao sistema capitalista. Com tais características, as bandas expressam o reggae pelas roupas que usam em suas apresentações, o estilo de cabelo, a expressão corporal, nas artes dos CDs e em clipes. Essas serão as fontes de informação privilegiadas neste trabalho. Fundamentamos essa pesquisa a partir do conceito de representações que “envolve processos de percepção, identificação, reconhecimento, classificação, legitimação e exclusão” “tais representações formam como que uma realidade paralela à existência dos indivíduos, mas fazem os homens viverem por elas e nelas”. (PESAVENTO, 2008). Metodologicamente, o trabalho entre história e música sustenta-se nas discussões de Contier (1988).