VALE DO AMANHECER: um estudo sobre o templo de Estrelado Norte-GO

Resumo

Tomamos como objeto de pesquisa um movimento místico-esotérico recente, de cunho religioso, que desde seu surgimento na cidade-satélite de Planaltina, em Brasília – DF há aproximadamente 40 anos, já conta com mais de 600 templos no Brasil e no mundo. E dentre estes inúmeros templos que a cada dia conta com mais e mais adeptos, estudaremos o Templo do Vale do Amanhecer em Estrela do Norte em Goiás, que fica sob a responsabilidade do Mestre José Maria. Por meio dessa pesquisa objetiva-se abordar os trabalhos de cura espiritual, os ritos, entender o que leva as pessoas a se tornarem adeptas, se elas encontram o que buscam nesta religião, compreendermos qual a mensagem passada por esta doutrina e como ela se insere no contexto religioso da cidade. Defende-se que se trata de uma realidade híbrida, não apenas com elementos oriundos do catolicismo, mas também das matrizes africana, grega, indígena, kardecista, entre outras. O primeiro templo brasileiro foi fundado por Neiva Chaves Zelaya, conhecida como “Tia Neiva”. Esta doutrina se resume em três propostas básicas de Jesus: o amor, a tolerância e a caridade e, por meio destes, é possível a todo ser humano reformular sua existência, adquirindo uma nova visão de vida. O Vale não é ligado a qualquer organização doutrinária ou religiosa da terra; ele identifica-se com o espiritismo, pela crença básica na reencarnação. Os frequentadores do Vale são de todas as classes sociais, e não assumem compromisso algum, nem mesmo de crer e se tornar adepto. Entretanto, o Vale não opera milagres, nem resolve todos os problemas das pessoas, mas sempre abre uma esperança, alivia uma dor e amplia as perspectivas daqueles que o procura. No que se refere à metodologia será tomado as análises bibliográficas, trabalho de campo por meio da observação dos rituais realizados e entrevistas com os frequentadores, utilizando – se do conceito de memória e das técnicas da história oral, propostas por autores como Janaína Amado e Marieta Moraes Ferreira (2006) e Ecléa Bosi (1994). Como referencial teórico utilizaremos os conceitos de religião e magia de Max Weber (1994), o conceito de hibridismo cultural de Nestor Garcia Canclini (2006) e o embasamento doutrinário do Vale do Amanhecer, de Mário Sassi (1979).PALAVRAS-