PARTICIPAÇÃO FEMININA NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR NO BRASIL

Resumo

A pretensão deste trabalho é analisar a participação feminina nas organizações de luta armada dentro do regime militar (1964/1985) no Brasil, dando um enfoque maior ao estado do Rio de Janeiro onde a presença feminina foi mais ativa e na região goiana, valorizando a atuação da mulher, como ser atuante e pensante dentro da sociedade. Responder a alguns questionamentos, Qual era o papel desempenhado por elas durante o período militar? Quem eram essas mulheres? Como era a vida delas?Qual era a sua influência nos movimentos de resistência? Qual a classe social que elas pertenciam? Qual a sua contribuição para a manutenção desse movimento? A história das mulheres ganha seu espaço a partir da década de 1970 com os movimentos feministas. Em 1973 criam-se nas universidades francesas grupos de estudos que enfatizavam o novo objeto: o feminino, através desse novo olhar para as mulheres, esse campo passa a ser conhecido institucionalmente. Os historiadores sociais enfatizavam a história das mulheres como uma história "homogênea" segundo eles, elas teriam a mesma essência. Mas no final da década de 1970 conflitos no interior dos movimentos feministas coloca em cheque essa visão de uma identidade única e deixa claro as múltiplas identidades do feminino. Elas são diversas em sua cultura, raça, etnia, crenças religiosas e visões políticas, devendo então ser respeitadas e estudadas em suas diferenças. Rachel Soihetno seu artigo História das Mulheres mostra que esta disciplina tem despertado o interesse de alguns estudiosos a algum tempo. Mas o enfoque maior surgiu com o advento da história das mentalidades e história cultural, onde o estudo do feminino está apoiado em outras disciplinas; como a psicanálise, antropologia, literatura, linguística. As mulheres buscaram seu espaço fora do lar procurando ascender socialmente, e chegar á política e empregos que até então eram destinados aos homens. A metodologia tomada como base para a realização deste trabalho será a pesquisa bibliográfica, que visa uma fundamentação teórica, apoiando-se nos conceitos dos quais tratam a história cultural e de gênero, de forma que com o advento da primeira, a história modificou seu enfoque, deixando as visões historiográficas tradicionais, dando ênfase aos sujeitos históricos até então relegados a segundo plano. Entre os autores utilizados para nossa pesquisa estão Luiz Maklouf Carvalho em Mulheres que foram a luta armada, Ana Montenegro em Direito á Memória e a Verdade, o livro A resistência da Mulher á ditadura militar no Brasil Ana Maria Colling, e o artigo de Rachel no livro Domínios da Historia. Os documentos que também poderão embasar este trabalho são jornais, revistas e até mesmo diários deixados por mulheres na época da ditadura militar.