Expansões de linguagens e contaminações de sentidos bordados na fotografia artística contemporânea
Resumo
Este artigo aborda trabalhos de duas artistas contemporâneas brasileiras, Rochele Zandavalli e Aline Brandt, as quais utilizam técnicas de bordado e colorização à mão para interferir em fotografias, investindo na materialidade do suporte, na mestiçagem de técnicas e na coexistência de tecnologias para produzir imagens ressignificadas. Busca-se analisar a produção dessas artistas, investigando sobretudo os anseios na construção de novos efeitos e sentidos nas fotografias expandidas. Essas obras conseguem despertar sensibilidades, produzir distintas formas de percepção e proporcionar diferentes interpretações? Para embasar essa investigação, são trazidos à tona conceitos de pesquisadores que estudam a fotografia na arte contemporânea, investigando posturas na produção de obras, extrapolando o estudo de procedimentos técnicos e estéticos, visando compreender de maneira conceitual as possíveis construções de sentidos. O conceito de Fotografia Expandida e os processos de criação na fotografia de Rubens Fernandes Júnior (2006), associados aos estudos de Charlotte Cotton sobre fotografia como arte contemporânea (2010) e aos apontamentos de Ronaldo Entler (2009) e Paula Tacca (2017) sobre a postura contemporânea nas artes, darão sustentação a essa análise, juntamente aos conceitos de Flusser sobre a Filosofia da Caixa Preta (2002). O discurso de Kossoy (2002) sobre as diversas realidades se faz presente para buscar compreender as singularidades e pluraridades nas obras dessas artistas.
Palavras-chave: Fotografia; Arte Contemporânea; Intervenção; Processos Manuais.