“Não me chama de princesa”: o mito da fragilidade feminina e o desprincesamento em “As meninas super poderosas”

Autores

  • Caroline Francielle Alves
  • Maria Regina de Lima G. Oliveira Universidade Estadual de Goiás – UEG

Resumo

Este trabalho objetiva, por meio de um episódio do desenho animado “As meninas super poderosas”, evidenciar o processo de desprincesamento proposto pela personagem Docinho, bem como desmistificar a ideia de fragilidade feminina posta à sociedade. Para tanto, nos aportamos teoricamente na perspectiva pós-estruturalista e em uma análise crítica do episódio “Lutando contra o homem garoto”. Neste estudo, entendemos gênero como um elemento constituído a partir das relações sociais/culturais, as quais excedem as imposições da perspectiva biologizante (Louro, 2014; Scott, 1994, 1999). Dessa forma, vemos as pressuposições binárias como uma forma de estabelecimento das relações de poder, haja vista que são instituídas características diferentes e opostas para mulheres e homens, sendo estas muitas vezes consideradas como frágeis e submissas, e aqueles como fortes e dominadores. Nesse sentido, intentamos descortinar o mito da fragilidade feminina no campo audiovisual como forma de promover a reflexão e o processo de desprincesamento necessário para a crítica e a percepção das desigualdades presentes nas relações de gênero. Diante disso, percebemos a necessidade de problematização da temática nos meios sociais em geral, assim como da crítica aos modelos binários. Além disso, evidenciamos que a associação da mulher ao termo princesa – cuja função, geralmente, é ficar à espera do príncipe encantado – tem relação direta com a ideia de subserviência e submissão feminina, dado que se espera da mulher o mesmo que da protagonista dos contos de fadas, que ela se mostre passiva, meiga etc., e ao homem, contrariamente, seja seu herói, aquele que a protege, salva, luta e etc.

Biografia do Autor

  • Caroline Francielle Alves
    Mestranda/Bolsista do Programa Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias da Universidade Estadual de Goiás – UEG. E-mail: alves.caroline@hotmail.com
  • Maria Regina de Lima G. Oliveira, Universidade Estadual de Goiás – UEG

    Mestranda/Bolsista do Programa Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias da Universidade Estadual de Goiás – UEG. Especialista em Educação para a Diversidade, Cidadania e Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás – UFG. Licenciada em Pedagogia pela UEG – Câmpus Crixás. Docente do quadro efetivo do município de Crixás-GO. E-mail: mariareginalima91@hotmail.com

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Publicado

2018-05-05

Edição

Seção

Artigos/Resumos Expandidos