A PARÁBOLA DO ARROZ E O TIMBETE: o processo dialético de educação popular dos movimentos sociais e a Diocese de Goiás

Autores

  • Claudio Tavares Pinheiro
  • Ariovaldo Lopes Pereira

Resumo

O presente trabalho tem como base fundamental o projeto de pesquisa apresentado por ocasião do processo de seleção para ingresso no Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias – MIELT – da Universidade Estadual de Goiás. Em nossa proposta de pesquisa, partimos da necessidade de se problematizar o processo da mediação pedagógica que se deu através das intervenções da Diocese de Goiás, enquanto veículo de produção dos conhecimentos e o despertar para as realidades vividas pelo homem do campo, o que inclui não apenas o trabalho de evangelismo, mas também os processos linguísticos e educativos que os fazem reconhecer as possibilidades de se organizarem na luta por uma vida mais digna, justa e mais humana. Embora seja senso comum a crença de que somente os trabalhadores rurais aprendem ou “são educados” no processo organizacional e político dos movimentos sociais, em nossa percepção, fruto de longo período trabalhando junto a esses movimentos, é de que há um processo educacional em formação, ou seja, os movimentos também ensinam. Não ensinam o que está estabelecido, mas uma história da ação política dos marginalizados e excluídos da sociedade. Diante do exposto acima, as seguintes perguntas norteiam a investigação que pretendemos conduzir: como se estruturou uma cultura de resistência na relação Igreja e trabalhadores rurais em Itapuranga? E, qual seria o resultado dessa trajetória histórica se fosse ensinada na educação formal do município, estado e país? Aqui se encontram algumas das preocupações que estarão presentes com as leituras e a pesquisa que nos propomos realizar. Assim, a instituição escolar, o currículo, as atividades pedagógicas, os conteúdos programáticos compõem outras tantas mediações que viabilizam o processo intencionalizado da educação. Nesse sentido, é que visualizamos essa relação dos movimentos sociais e a Diocese de Goiás como um processo pedagógico que vai se consolidando com o passar do tempo. Mesmo existindo um sistema oficial que negue esse processo, há uma apropriação desse conhecimento que se formou na relação anteriormente citada, que vai sendo inserida nos debates educacionais no futuro próximo. Em meio aos vários embates e através da vivência de situações conflituosas e desafiantes, na busca de reconhecimento e acreditando na legitimidade de suas lutas e reivindicações, os trabalhadores rurais vão aprendendo e ensinando.

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Publicado

2014-12-01