O USO DAS TECNOLOGIAS (TICS) COMO FERRAMENTA NA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E SUA RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO INTEGRAL

Autores

  • Jaime de Lima Damasceno
  • Jorge Manoel Adão

Resumo

O presente trabalho possui como objetivo, em especial, fazer uma reflexão sobre o uso do espaço/tempo da coordenação pedagógica, incorporando as tecnologias de informação e comunicação e, como isto, pode contribuir para um ensino de melhor qualidade na Educação Básica brasileira. Isso porque o desenvolvimento tecnológico, nas últimas décadas, repercutiu de maneira intensa em todos os aspectos da vida social e individual, criando outras formas de pensar, sentir e agir do homem em um novo tipo de sociedade que, em vista disso, podemos chamar de “sociedade tecnológica”. A rede de computadores apresenta-se hoje como elemento que pode modificar significativamente a educação presencial. As paredes das salas de aula se abrem, esses tradicionais locais de ensino-aprendizagem tem o tamanho do mundo. As pessoas podem se comunicar, trocar informações, dados, pesquisa a qualquer hora e lugar. Essa nova realidade impõe a necessidade de que o processo educativo seja revisto e que sejam descobertos novos espaços para aprendizagem via rede de computadores. Zamudio (1997, p. 141) afirma que esse “ambiente deve possuir como um dos seus objetivos a autoformação, pois a autonomia do sujeito, no seu sentido pleno, é um compromisso de todo processo educativo”. Esse autor sugere que, para contribuir com essa finalidade, os materiais pedagógicos produzidos devem estar acessíveis, ser de fácil consulta, introduzir o aluno progressivamente ao conhecimento, à compreensão, à análise e à aplicação do conteúdo a ser trabalhado. Hoje a tecnologia permite que se tome contado com a realidade indiretamente. A relação do educando com a realidade não se limita mais à sua experiência pessoal e ao que a escola e a família lhe proporcionam, administrando a informação e os modelos de interpretação da realidade. As fontes de informação estão muito mais diversificadas e a escola tem o dever de estimular novas formas de experimentação e criação dos educando; para que essa função seja cumprida, os professores devem estar capacitados para tal, principalmente quando esse ensino for feito a distancia via rede de computadores, porque suas características são diferentes das que estamos habituados no ensino presencial. As tecnologias da comunicação já permitem que profissionais se atualizem mediante cursos de EAD via rede de computadores recebendo materiais escritos e audiovisuais pelo WWW (world wide web). Moran (1998) também nos lembra que o desenvolvimento tecnológico já possibilita inclusive a utilização de videoconferências na rede; permitindo que várias pessoas, em lugares bem diferentes, possam ver umas as outras, comunicarem-se entre si, trabalharem juntas, trocarem informações aprenderem e ensinarem; objetivando oferecer subsídios teóricos a docentes universitários para uma reflexão pessoal sobre o processo de ensino tal como ocorre em sala de aula, em suas relações com objetivos formativos mais amplos, e também contribuir para o desenvolvimento crítico do papel do educador. A sala de aula hoje precisa ser transformada num espaço onde a ideia do saber consolidado possa ser substituída pela que ensina e prepara o aprendizado permanente. Para Silveira (2001, p. 28), o espírito da alfabetização tecnológica deve incentivar “a aprendizagem personalizada a partir do interesse de cada um, e ao mesmo tempo, viabilizar a aprendizagem coletiva, a aprendizagem em rede e pela rede”. Para isso, a escola precisa contar com professores capazes de captar, entender e utilizar na sala de aula as novas linguagens dos meios de comunicação eletrônicos e das tecnologias, que cada vez mais se tornam parte ativa da construção das estruturas de pensamentos de seus alunos. O computador sozinho não desenvolve nada, para “extrair” alguma coisa dele são necessários recursos humanos, pessoas conhecedoras de sua linguagem, que saibam fazer uso dessa tecnologia, no processo ensino-aprendizagem e não o responsável por ele. Se bem utilizado, pode estimular a aprendizagem na construção de novos conhecimentos, onde “o uso da informática melhora a capacidade cognitiva do indivíduo, muda o preceito que é necessário saber as coisas de cor, e coloca as informações extremamente próximas das pessoas” (FRANCO, 1993, p. 05). Visa também à sua inserção no mundo das Tecnologias da Comunicação e Informação – TCIs. O ensino, nas instituições educacionais de hoje, não pode limitar-se apenas a transmitir ao aluno determinados conhecimentos, a formar um mínimo de aptidões e de hábitos. Sua tarefa é desenvolver o pensamento dos alunos, a sua capacidade de analisar e generalizar os fenômenos da realidade, de raciocinar corretamente. É bem sabido, por todos os que se encontram envolvidos com a Educação, que a simples modernização de técnicas não garante melhorias significativas no processo educativo. O foco é a Educação, e o modo de viabilizá-la deve estar calcado em fundamentos pedagógicos que explicitem certa concepção de ensino e aprendizagem.

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Publicado

2014-12-01