ESPELHOS E REFLEXOS DA ESCRITA CRIATIVA: possibilidades para a formação de habilidades em sala de aula
Resumo
A tecnologia e suas múltiplas funcionalidades se inseriram no contexto escolar de maneira tão veloz que transformaram o computador em uma ferramenta mais do que necessária para a grande maioria da população, seja para o uso em questões profissionais seja como forma de entretenimento. Veen & Wraking (2009) citam a questão da definição dos novos tempos como e a era digital e tratam das dificuldades referentes aos métodos de ensino dentro das escolas no cenário atual. O grupo discente é, na maioria dos casos, formado por um público jovem, dinâmico, conectado com as inovações tecnológicas, por outro lado, grande parte das escolas não utiliza este dado como um aliado, mas como um “inimigo” da aprendizagem. Os jovens têm dispensado cada vez mais horas com os aparatos tecnológicos (celulares, computador, jogos eletrônicos, televisão...) e a escola não tem acompanhado essas mudanças. O ato de ir a escola tem sido encarado, pelos alunos, muito mais como busca de um espaço de interação real com os seus colegas do que como um lugar de construção do conhecimento a partir do que é exposto nas disciplinas. Quando retornam às suas casas, o espaço de interação se expande, fazendo uso da Internet como local da interação e, dessa forma, continuam se comunicando por meio das mais diversas mídias eletrônicas, sobretudo por meio da modalidade escrita da língua. Vários assuntos são tratados nestes diálogos, inclusive temas mencionados em sala de aula por algum professor. A diferença fica por conta da abertura que os alunos têm entre si para discutir quaisquer assuntos, sem a mediação do professor, em geral, sobrecarregado com inúmeras outras funções e sem tempo para interação com os alunos por meio da Internet. Ainda citando Veen & Wraking (op. cit.), a tendência hoje, tanto dos pais quanto das escolas, é cobrar do aluno um comportamento segundo as suas perspectivas, valores e normas. Isso é comum a todas as gerações. O fato inusitado dessa geração é que os filhos estão ensinando os pais a lidar com as novas tecnologias, promovendo, dessa maneira, uma “educação invertida”. Esse, certamente, é um dos motivos de tanto estranhamento quanto ao “Homo Zappiens” e todas as duas características agregadas. Neste contexto, a escola encontra o desafio do ensino da leitura e da escrita, de forma a atender as expectativas que se espera da mesma e, ao mesmo tempo, atender às necessidades do próprio aluno. A leitura como simples “decifração de símbolos” não denota a qualidade da interpretação e, muito menos, da escrita criativa. As regras da ortografia são necessárias e essenciais dentro do processo de aquisição da linguagem, entretanto, as mesmas devem ser adquiridas por meio de um ensino que demonstre a sua importância seja na vida escolar (acadêmica) ou na vida cotidiana (numa conversa informal ou numa troca de e-mails, por exemplo). Dessa forma, é preciso levar em conta a criatividade do aluno no aprendizado de uma língua, de modo tal que ele aprenda a norma e crie maneira de burlá-la: E tão necessário libertar-se de tudo que aprisiona o imaginário como fundamental conhecer muito bem as regras para poder burlá-las. Alguns autores consagrados, como Fernando Pessoa e o romancista José Saramargo, tornaram-se camaleões da língua portuguesa exatamente por conhecê-la tão profundamente. (NIZO, p.37, 2008)Downloads
Publicado
2014-12-01
Edição
Seção
Comunicação Oral