EU, NEGRA E FORMOSA: A DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA SOB UM PRISMA DECOLONIAL
Palavras-chave:
DecolonialidadeResumo
O presente artigo se constitui como uma pesquisa qualitativa, de cunho interpretativista, cujo objetivo é apresentar uma proposta decolonial para a docência universitária, compreendida neste estudo como um espaço formal de construção docente. A relevância de tal proposta está na necessidade de se questionar a formação de profissionais do ensino superior, prioritariamente, a serviço de uma sociedade de mercado sem, contudo, contribuir, efetivamente, com sua formação como cidadãos e como profissionais docentes conscientes da realidade social na qual se encontram situados e atuam. Daí a finalidade da proposta decolonial: demonstrar um outro viés de se enxergar e compreender como vem funcionando e desenvolvendo esse sistema de ensino-aprendizagem colonial estabelecido, a interesse de quem, do quê, e para que ele vem servindo, portanto, instrumentalizado ideologicamente para manutenção da opressão e da dominação colonizadora. Haja vista o que vem sendo questionado e apresentado pelos pensadores do grupo Modernidade/Colonialidade a respeito da educação posta, estruturada em uma episteme única, eurocentrada e norte-americanizada, servindo como um dos instrumentos de manutenção dos mitos de colonização ideológica dos países periféricos, a serviço de interesses dos colonizadores, hoje representados pelos países do Norte e/ou ditos desenvolvidos. Nesse sentido, este artigo busca apresentar reflexões sob um prisma decolonial a respeito de concepções, saberes docentes e práticas didático-pedagógicas. O artigo se encontra estruturado em quatro partes, quais sejam: introdução; em que se constitui o pensamento decolonial? – definição e conceitos basilares; a formação continuada e a proposta decolonial – o porquê da inserção de uma proposta decolonial na docência universitária; e considerações finais – possíveis práticas decoloniais.
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