PROBLEMATIZANDO QUESTÕES SOCIAIS NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA EM UM CONTEXTO LOCAL: (RE)AÇÕES, EFEITOS DE SENTIDOS E SUAS IMPLICAÇÕES
Palavras-chave:
Perspectivas críticas na educação linguística. Problematizações. Efeitos de sentidos. (Re)ações. Tensões.Resumo
Nesse trabalho, proponho compartilhar como as (re)ações performadas/(re)produzidas (NELSON, 2006) pelos/as alunos/as durante processos de problematização de temas críticos (URZÊDA-FREITAS, 2012) nas aulas de Língua Inglesa influenciam minha prática de ensino. Portanto, esse estudo se configura como uma etnografia (BLOMMAERT; JIE, 2010) e de natureza qualitativa (DENZIN; LINCOLN, 2006) que foi desenvolvida em uma das turmas do curso de Língua Inglesa oferecida pelo Centro de Idiomas da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Inhumas, em 2017, do qual fui professor. Essa pesquisa se propõe a identificar quais são as (re)ações perfomadas/(re)produzidas pelos/as alunos/as durante o processo de problematização e investigar os desdobramentos das respostas e comportamentos discentes em minha prática docente. Para tanto, o referencial teórico se apoia em estudos sobre perspectivas críticas no ensino de línguas (ELLSWORTH, 1989; JORDÃO, 2013b, 2014; MENEZES DE SOUZA, 2010, 2011; MOITA LOPES, 2012; PENNYCOOK, 2004, SILVESTRE 2015; URZÊDA-FREITAS, 2016). Os dados foram gerados por meio dos seguintes procedimentos (BLOMMAERT; JIE, 2010): narrativas autobiográficas (JOSSO, 2004), relatos das aulas, gravação das aulas em áudio e vídeo e diário reflexivo do professor. Os resultados parciais apontam para questionamentos de formas naturalizadas de interação, posições forçadamente impostas e assumidas, visões estabelecidas ou ideologias naturalizadas como senso comum.
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