FOLIA DE SANTOS REIS: UMA TRADIÇÃO QUE EDUCA
Palavras-chave:
Folia. Tradição. Educação formal. Encantamento. Cultura.Resumo
O presente artigo intitulado por “Folia de Santos Reis: uma tradição que educa” tem como fulcro estudar a folia (manifestação religiosa) como manifestação cultural pedagógica capaz de promover a instrução e a educação fora do ambiente escolar (ensino formal). É através da tradição, da religiosidade, e, em específico, dessa manifestação popular (culto ao sagrado) que se encastelam forças empíricas capazes de garantir disciplina, obediência e ordenação social, promovedoras do ensino-aprendizagem no/do sujeito. Desse modo, a Folia tem assumido esse papel institucional (folia escola), ordenando, disciplinando e preparando sujeitos para a vida moral, social e cultural. Nossa fundamentação teórica balizou-se em Adorno e Horkheimer (1985), Ghiraldelli Júnior (2006), Niskier (2007), Ribeiro (1985), Ortêncio (2004), Vigilato (2011) e Rios&Viana (2015). Optamos pelo método dialético-dedutivo para analisar e comparar os estudos e/ou referenciais epistemológicos relativos ao nosso objeto de estudo. Lançamos mão, também, da observação (acompanhamento do giro da folia) como forma de compreender os conceitos e/ou categorias (cultura popular, cultura erudita, tradição, modernidade, educação, ensino, aprendizagem) que estruturam nosso estudo, e, sobretudo, corroboram e validam a cultura popular como formadora do sujeito. A expectativa é de que identifiquemos na Folia de Santos Reis as forças necessárias capazes de garantir o despertar da consciência e da co-responsabilidade do homem perante o mundo orgânico em que está inserido. Assim, diagnosticaremos a essência da Folia de Santos Reis nessa sociedade periférica, localizada na região metropolitana de Goiânia, já “embebida” pelos impactos do “novo”.
Referências
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