A CARAVANA DO ACÚMULO IDENTITÁRIO DE SILVIO SANTOS E SENOR ABRAVANEL
Resumo
Resumo
Este artigo apresenta um recorte do trabalho monográfico previamente intitulado “Vai pra lá, vai pra lá”, politicamente correto no discurso lúdico: ethos e identidade híbrida de Silvio Santos e Senor Abravanel.A partir dessa temática, estudaremos como ocorre o acúmulo identitário em Senor Abravanel e como essa hibridização subjetiva interfere na produção dos enunciados.Essa pesquisa, que possui o aporte epistemológico da Análise do Discurso de linha francesa, tem os objetivos de refletir sobre a constituição do sujeito (FERNANDES, 2008); compreender os gêneros discursivos (BAKHTIN, 1997); investigar as práticas enunciativas de Silvio Santos, que se pluraliza identitariamente com Senor Abravanel (FOUCAULT, 2008); compreender como se dá a fluidez identitária em detrimento da concepção cartesiana de sujeito, fixo, pronto e acabado, inflexível e permanente em todas as suas atuações sociais (BAUMAN, 2007) e perceber a recorrência de determinadas temáticas que se materializam pelo uso do recurso lúdico (MINOIS, 2003). Partiremos da seguinte problemática: como o personagem configurado como sujeito politicamente incorreto, que é Silvio Santos, irrompeu nos programas de auditório? Como é possível notar a simbiose identitária desse sujeito, em sua vida pública e privada? De que modo a ordem sócio-histórica cliva o sujeito Silvio Santos no processo de formulação de seus enunciados legitimados pelo recurso lúdico para a provocação do riso? Como resultados parciais, percebemos o acúmulo identitário em alternâncias das práticas enunciativas de Senor Abravanel como sujeito partícipe da esfera familiar, como patrão, sujeito que mobiliza o poder na esfera financeira, e como ele incorpora todos essas identidades para a espetacularização e para a visibilidade de si também como personagem Silvio Santos.
Palavras-chave: Acúmulo identitário. Sujeito. Personagem. Silvio Santos. Senor Abravanel.
