FORMAÇÃO CIDADÃ NOS COLÉGIOS MILITARES DO ESTADO DE GOIÁS

Resumo

O objetivo deste artigo é uma reflexão sobre a formação cidadã ofertada nas Escolas Militares do Estado de Goiás. A educação é permeada por incertezas, injustiças, falta de compromisso político, profissional e familiar, indisciplina, escassez de recursos financeiros, violência, tráfico de drogas, constatações que, dentre outras, influenciam em sua baixa qualidade, e serve de subterfúgios para a crescente militarização de escolas públicas em nosso Estado. Neste percurso, o termo militarização apresenta um contraponto a educação que atualmente se busca, pois no âmbito global e nacional ela está diretamente relacionada aos princípios fundamentais da dignidade humana, estando arquitetada em nossa Constituição como preparatória para o exercício da cidadania. Segundo Santos (1987, p. 7 apud BRZEZINSKI; SANTOS, 2015, p. 14), “No campo da retórica, o conceito de cidadania é um dos mais proclamados, anunciados e prometidos, mas, no campo dos fatos, é também um dos mais negligenciados”, muitas vezes ser cidadão implica no conceito da própria existência humana com dignidade, direito este negado pelo aparato do Estado àqueles que constituem o próprio Estado. Surge assim, o interesse em conhecer como se processa esta educação definida nos atos normativos da corporação militar que tem como lema “Escola, civismo e cidadania” e apresenta como objetivo principal “formar cidadãos participativos, reflexivos e autônomos de seus direitos e obrigações”, slogan que se coadunam com os princípios constitucionais, mas ao mesmo tempo os contrapõem, com imposições de normas e valores militares a toda comunidade escolar, atentando contra os princípios que regem a escola pública e de qualidade para todos. Dentro do limite de uma artigo o estudo tem caráter exploratório, com análise de documentos, sem forte preocupação com análises exaustivas.