EXPERIÊNCIA, NARRAÇÃO E INFÂNCIA: UMA VISÃO BENJAMINIANA
Resumo
Este texto tem como objetivo realizar a discussão sobre o sujeito na modernidade, que se mostra indiferente e insensível aos outros sujeitos, empobrecido em sua experiência, bem como revelar as especificidades da infância e da experiência infantil neste contexto. A análise realizada tem seu embasamento também na teoria marxista na medida em que discute na racionalidade produtiva do Capital, a produção das relações estabelecidas pelos sujeitos, para além da produção somente de produtos ou mercadorias. As relações estabelecidas no Capitalismo serão relevantes para o entendimento do sujeito investigado por Benjamin na modernidade. Em um primeiro momento, será discutido o conceito de experiência, sua relação com a tradição e com a narração, à luz da teoria crítica, sobretudo a partir do autor: Walter Benjamin. A discussão realizada busca, a partir da realidade, dialogar com o autor, que debate a partir da lírica de Baudelaire, a experiência mutilada dos sujeitos na sociedade burguesa. Em um segundo momento, é apresentado também, nesse sentido o conceito de vivência, como uma possibilidade para homem moderno. A criança, no entanto, embora inserida na realidade do Capitalismo, se revela de modo singular e diferente ao mundo do adulto. Assim, ao final do texto é abordada a especificidade da infância a fim de que se discuta a experiência infantil na modernidade e as contradições de como ela pode se apresentar. É importante considerar que este texto é concluído com uma pergunta, no sentido de questionar como estará, de fato, a infância e a experiência infantil na atualidade, sobretudo pela intensificação dos aparatos tecnológicos no cotidiano das crianças.