A NATUREZA DO TRABALHO PEDAGÓGICO: SUBSUNÇÃO FORMAL E SUBSUNÇÃO REAL AO CAPITAL?

Autores

  • Patrícia Alves Guimarães Universidade Federal de Goiás.

Palavras-chave:

Trabalho, Natureza do Trabalho Pedagógico, Educação.

Resumo

Este texto tem por objetivo discorrer sobre a natureza do trabalho pedagógico e discutir em que proporção esse trabalho está subsumido ao capital. Tal sistematização é oriunda de uma pesquisa teórica e bibliográfica, em curso, que busca se desenvolver com base no método materialista. Esse método permite acometer a lógica ideológica, posta pela aparência retratada nas relações sociais, que toma como natural às relações históricas. A presente exposição busca desenvolver uma introdutória análise sobre trabalho, natureza do trabalho pedagógico e a educação institucionalizada na sociedade burguesa. Parte-se da compreensão do trabalho em seu sentido ontológico, base constitutiva da humanidade do homem, para apreender a natureza do trabalho pedagógico como trabalho imaterial, produzido na relação entre sujeitos diversos. Em seguida, é realizada uma análise das condicionalidades impostas pelas relações capitalistas à educação institucionalizada. A tentativa é de apresentar como o trabalho pedagógico está exposto às determinações capitalistas, partindo da premissa que este está sendo organizado para conservar os interesses dominantes, buscando qualificar as pessoas para as exigências do mercado de trabalho. No entanto, o trabalho pedagógico, desenvolvido por seres sociais e na relação com outro, se constitui também como ação que contribui para a transformação/enfretamento ao posto pelas amaras sociais. Assim, por meio de uma concisa tentativa de exposição sobre o processo de subsunção do resultado do trabalho pedagógico ao capital, pode-se considerar que possivelmente, devido à natureza deste trabalho, os processos de subsunção se efetivam em determinadas proporções, imbricadas a superestrutura da sociedade, mas não de maneira integral por seu resultado não ser mensurável, mas abstrato e relacionar-se a constituições da subjetividade humana.  

Biografia do Autor

  • Patrícia Alves Guimarães, Universidade Federal de Goiás.
    Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás (2013), Especialista em Psicologia dos Processos Educativos pela Universidade Federal de Goiás (2015), e Mestranda em Educação também pela Universidade Federal de Goiás.

Referências

FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1996.

MARX, Karl. Capítulo VI (Inédito de O capital). Tradução de Klaus Von Puchen. 2ª ed. São Paulo: Centauro, 2004.

___________. Manuscritos econômico-filosóficos. Tradução de Jesus Ranieri. São Paulo: Boitempo, 2004, p.79-90.

MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. Tradução de Isa Tavares. 2ª ed. São Paulo: Boitempo, 2008.

NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução crítica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.

PARO Vitor Henrique. A natureza do trabalho pedagógico. R. Fac. Educ, São Paulo, v 19, n 1, p.103- 109, jan/jun. 1993.

REZENDE, Anita Cristina Azevedo. Para a crítica da subjetividade reificada. Goiânia: Editora UFG, 2009.

SAVIANI, Dermival. Ensino público e algumas falas sobre universidade. 5ed. São Paulo: Cortes: Atores Associados, 1991.

________________. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 11ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2012.

Downloads

Publicado

2017-11-13

Edição

Seção

GT 2 - TRABALHO, EDUCAÇÃO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS