AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA QUE OS IDOSOS EMPREGAM DIANTE DAS MÍDIAS DIGITAIS

Resumo

A história da educação brasileira mostra um acesso tardio das classes menos favorecidas economicamente, ao ensino formal. Por volta da segunda metade do século XX foi que as políticas educacionais brasileiras incluíram as classes populares na escola, por meio de campanhas e de programas emergenciais. Todavia a educação destinada aos jovens e adultos foi sempre colocada em segundo plano e mesmo quando se defini projetos e metas para essa modalidade de educação não se obtém sucesso em virtude, em grande parte, da falta de financiamento e políticas públicas adequadas ao segmento. O Brasil é um país marcado pelo baixo investimento na formação de leitores.

Para situar essa questão em um contexto mais amplo: em 1890, em Portugal havia de 20% a 30% apenas, de sua população alfabetizada segundo Assunção (2008) e no mesmo período a Inglaterra e a França já contavam com a maioria de sua população alfabetizada.  Sendo a colonização brasileira gestada de culturas eminentemente orais, cuja prática de leitura se desenvolveu lentamente, e, somado ao baixo investimento, seja do ponto de vista financeiro seja da formação do quadro de pessoal, chegamos ao século XXI sem ter resolvido se quer o problema do analfabetismo. Temos ainda um grande número de pessoas, e grande parte são idosos, que mesmo tendo frequentado a escola não conseguiu se tornar verdadeiramente um leitor e por vários motivos - dentre estes a evasão escolar, baixa renda, trabalho precoce, ingresso tardio a escola.