Rodovia BR-349: O cerrado Baiano e suas reconfigurações pós Monocultura.

Resumo

Com a criação de programas desenvolvimentistas pelo governo brasileiro a partir da década de 80, a região do oeste da Bahia foi definitivamente incorporada à dinâmica da expansão do capital internacional de forma intensa, tendo a produção de grãos grandes destaque nesse contexto. Tornou-se assim imprescindível a instalação por parte do Estado a política de planejamento territorial que fez surgir importantes vias de circulação nesta região, para subsidiar a demanda de movimento e de fluxos exigida pela economia atual. Dessa forma, a expansão das estradas de rodagem em direção ao extremo oeste da Bahia além de influenciar na reestruturação territorial de várias cidades, contribuiu também para a dinamização e a intensificação do fluxo nesta região. A partir daí, essas rodovias passam a constituir um elo entre o centro produtor agrícola, Barreiras, com o seu mercado consumidor, os centros de produção industrial, e vice-versa. Além da intensificação do fluxo, essas rodovias contribuíram e contribuem também, para a urbanização destas áreas, novas ordenações territoriais e muitos impactos ambientais e culturais, uma vez que, estas ficam mais suscetíveis à chegada de pessoas, empresas prestadoras de serviços, ação estatal, indústrias, novos investimentos privados, entre outros, com a abertura e pavimentação de rodovias.