NÍSIA FLORESTA: EDUCAÇÃO E FEMINISMO NO BRASIL DO SÉCULO XIX
Palavras-chave:
Educação, Feminismo, Literatura.Resumo
No século XIX, a brasileira vive a realidade de uma sociedade patriarcal, que
expressa um discurso de inferioridade da mulher perante ao homem, e que a exclui
constantemente de oportunidades de ascensão social, como através da educação que, naquela
época, era voltada para o exercício doméstico. Desta forma, na visão daquela sociedade, não
havia motivo para dar à mulher uma educação equivalente à masculina, já que seus papéis
sociais eram muito diferentes. Se a mulher fosse educada para desempenhar bem os papéis
que lhe cabiam, de esposa, mãe e dama da sociedade, seria o suficiente para ser considerada
uma mulher instruída, enquanto o homem deveria receber uma educação que lhe possibilitasse
dominar os meios sociais, políticos e econômicos. É exatamente nesse período que surge uma
mulher para se opor a esse pensamento, e lutar pelo direito feminino de uma educação
igualitária. Dionísia Pinto Lisboa, mais conhecida pelo pseudônimo de Nísia Floresta
Brasileira Augusta. Nísia, como escritora, publicou ao todo 15 obras, muitas focadas na causa
feminina, sempre buscando denunciar o estado de inferioridade em que viviam as mulheres de
sua época, expondo sua insatisfação com a condição social imposta sobre elas. Isso fica claro
em obras como “Opúsculo Humanitário” e também em seu primeiro livro, nomeado de
“Direitos das mulheres e injustiças dos homens”, no qual publicou aos vinte e dois anos,
mostrando que já na juventude, essa era uma questão que a incomodava bastante, tornando
Nísia uma mulher à frente de sua época e uma das primeiras feministas na história do Brasil.
Como educadora, ela defendia uma educação igualitária de gêneros, em que as mulheres
pudessem ter o direito à uma educação de qualidade e com a extensão do conhecimento para
além dos atributos domésticos, uma educação que atingisse o campo das ciências, como já
acontecia para os homens.