REVOLUÇÃO MEXICANA: INTERPRETAÇÕES
Palavras-chave:
Revolução, interpretações, MéxicoResumo
Antes da revolução cubana, a mexicana foi a grande referência de movimento revolucionário
na América Latina. Embora nascida de uma tendência de oposição burguesa ao regime
político comandado pelo ditador Porfírio Díaz (1876-1880; 1884-1911), a revolução mexicana
assumiu maior radicalidade a partir do envolvimento dos camponeses liderados por Emiliano
Zapata e do engajamento do exército popular comandado por Pancho Villa, a partir de 1911.
O seu desfecho culminou na promulgação da constituição nacional do México em 1917, mas
os seus reflexos políticos podem ser notados na sociedade mexicana ainda hoje, especialmente
na memória de movimentos de camponeses e populares. Este artigo é resultado de uma
análise de obras e textos historiográficos, embora nem todos produzidos por historiadores de
formação, sobre a revolução mexicana de 1910-1917 publicados no Brasil. Diante da
impossibilidade de analisar toda a produção publicada sobre esse acontecimento, foram
selecionados alguns dos textos e livros mais conhecidos pelos estudiosos brasileiros, quais
sejam: As revoluções do México (1999), de Américo Nunes; A revolução mexicana (1910-
1917) (1983), da historiadora Anna Maria Martinez Corrêa; A revolução mexicana (2010), de
Carlos Alberto Sampaio Barbosa; e Guerras camponesas (México) (1984), do antropólogo
norte-americano Eric Wolf. Enquanto o ensaio do último autor se concentra na participação
do campesinato na luta revolucionária, as obras dos três primeiros autores abarcam o
movimento como um todo. A análise aqui desenvolvida tem como referencial teóricometodológico
o materialismo histórico-dialético, cujos pressupostos básicos foram
formulados por Marx. O conceito de revolução aqui adotado também se fundamenta nessa
teoria. Já a definição de historiografia se referencia na concepção elaborada por Julio
Aróstegui (2006). Este trabalho é parte do projeto de pesquisa financiado pela UEG,
“Revoluções na América Latina: um balanço historiográfico”, que ainda se encontra em
desenvolvimento.