UM ESTUDO SOBRE OS SÍMBOLOS DO CONTO LITERÁRIO “LUAMANDA”, DE CONCEIÇÃO EVARISTO

Resumo

Este resumo tem como objetivo analisar os símbolos e os traços míticos presentes no conto “Luamanda”, da escritora Conceição Evaristo, sob a perspectiva da Antropologia do Imaginário, de Gilbert Durand (2012). Essa teoria estuda o imaginário como um conjunto de imagens e de suas relações presentes no psiquismo humano. O imaginário é dinamizado pela imaginação, que é definida como uma faculdade de assimilar, de reproduzir e de criar imagens do meio cósmico e social. O imaginário e a imaginação compõem um Trajeto Antropológico, denominado por Durand (2012) como um intercâmbio de imagens simbólicas, arquétipos e narrativas míticas que se dá entre o indivíduo e o seu meio biológico, cósmico e social. Em razão disso, o imaginário pode ser estudado em duas perspectivas. A primeira é na perspectiva individual, pois analisa o imaginário de uma pessoa, a partir de seus símbolos, arquétipos, regimes e schémes. A segunda é na perspectiva coletiva, quando se estuda as obras culturais de um grupo social em determinado período de sua história. Nesse contexto, o presente estudo se localiza na perspectiva coletiva, pois estuda o imaginário de um texto literário. O imaginário se manifesta na linguagem verbal por meio de símbolos e arquétipos que, por sua vez, estão materializados nas metáforas. A metodologia utilizada foi a de análise linguística e análise dos símbolos, conforme postula Durand (2012), para descrever e analisar o efeito de sentido das principais metáforas do referido conto literário. Assim, os resultados apontam que os símbolos mais importantes do conto são a lua e o espelho, pertencentes ao regime noturno das imagens do imaginário. Além dos símbolos, a análise demonstrou duas intertextualidades presentes no conto. A primeira é com o poema “Sete faces” de Carlos Drummond de Andrade e a segunda com o poema “Retrato” de Cecília Meireles.