LETRAMENTO(S) NA UNIVERSIDADE: ASPECTOS DA CULTURA ACADÊMICA E OS SEUS REFLEXOS NAS PRÁTICAS DE USO DA LÍNGUA
Palavras-chave:
Práticas de letramento. Gêneros discursivos. Cultura acadêmica. Formação profissional e científica. Pedagogia histórico-crítica.Resumo
O objetivo deste estudo é o de apresentar as discussões e os resultados advindos da realização do projeto de extensão “Práticas de Letramento Acadêmico: escrita e leitura na universidade”. A iniciativa tem o propósito de oportunizar o desenvolvimento de atividades de produção textual e incentivo à leitura para alunos da graduação, por meio da aplicação de minicursos que promovam uma apreensão crítica sobre as exigências impostas pela cultura acadêmica e os desafios da permanência universitária. A partir das discussões de Hartmann e Santarosa (2012), Mello (2017), Motta-Roth e Hendges (2010) e vários outros estudiosos de Letramento, com ênfase no Ensino Superior, o projeto busca realizar o aprimoramento linguístico de graduandos, principalmente, no que se refere ao estilo, à construção composicional, aos modos de escrita e as formas de leitura de gêneros discursivos das esferas científica e educacional. Desse modo, o projeto busca dar suporte e potencializar as práticas de escrita, argumentação, síntese, desenvolvimento textual e leitura dos participantes, da comunidade interna e da comunidade externa à UEG, contribuindo com o letramento acadêmico destes sujeitos. Logo, tanto as reuniões do projeto, quanto os minicursos aplicados, são estabelecidos a partir de uma perspectiva interacionista e histórico-crítica, a qual nos faz entender que os usos da língua estão relacionados a práticas sociais mais amplas, principalmente na universidade, espaço no qual a cultura acadêmica exige dos estudantes o desenvolvimento de habilidades e competências específicas, bem como valores, relações sociais, atitudes e várias outras convenções que atravessam o período de formação profissional dos estudantes. Visto isso, as práticas de letramento acadêmico implicam que os graduandos saibam inúmeros aspectos inerentes à linguagem, ao mesmo tempo em que constituem suas identidades profissionais, as quais são atravessadas por questões de poder e ideologia presentes em qualquer esfera social, inclusive na universidade.