A importância da nutrição para reprodução de fêmeas bovinas

Resumo

Há muitos anos vem se observando aumento no interesse da importância da nutrição junto a reprodução de bovinos, com o objetivo de obter animais mais produtivos. A nutrição tem grande influência para o desenvolvimento fisiológico e desempenho reprodutivo dos animais, podendo afetar sua fertilidade. A nutrição de fêmeas bovinas é um dos principias fatores que podem afetar a eficiência reprodutiva, desde o início do desenvolvimento da puberdade até a concepção e manifestação de cio. Falta ou adição de alguns ingredientes na dieta podem resultar na ineficiência reprodutiva das fêmeas, principalmente se forem animais de alta produção como vacas leiteiras que frequentemente são acometidas pelo BEN (balanço energético negativo), neste período há baixos níveis de IGF-I, glicose, insulina e aumento das concentrações de ácidos graxos não esterificados (AGMEs), uréia e β-hidroxibutirato. As alterações nos níveis dessas substâncias no sangue estão associados ao comprometimento da função ovariana e fertilidade. Sendo que quanto maior o período de BEN, maior o atraso no retorno a ciclicidade no pós parto devido a baixa pulsatilidade de LH, independente da ECC (condição de escore corporal). Já em bovinos de corte o ECC é um dos fatores que pode afetar diretamente o desenvolvimento e período de dominância do folículo no pós parto. É cabível fornecer uma dieta com alto valor energético para auxiliar na reprodução, uma vez que se deve conhecer a fonte fornecida, devido alguns ácidos graxos modificarem o metabolismo dos hormônios reprodutivos da ciclicidade, e fornecimento de energia acima do necessário pode influenciar na qualidade ovocitária. As fontes lipídicas tem um alto valor energético, maior que carboidratos que compõe grande partes das rações. A nutrição proteica desempenha um papel fundamental, além de fornecer nitrogênio para os microorganismos, alguns estudos mostram que a baixa disponibilidade proteica influencia diretamente no desempenho reprodutivo de fêmeas bovinas. O excesso de PB ou PDR podem prejudicar a taxa de concepção, uma vez que a quantidade de amônia convertida em uréia no fígado varia, aumentando o MUN (milk urea nitrogen) e BUN (blood urea nitrogen). Para os rebanhos criados a pasto em clima tropical, o fornecimento de uréia pode melhorar o desempenho reprodutivo, mas em vacas leiteras de alta produção (>8500kg lactação) e com BUN acima de 19 a 20mg dl, prejudica as taxas de concepção, devido o desbalanceamento do pH uterino, redução no transporte de Na, K e P nas células endometriais, redução no efeito da ação da progesterona e estradiol, menor concentração de progesterona em vacas lactantes podendo ocorrer morte embrionária, por não haver circulação suficiente para manutenção da gestação.