Estresse calórico na reprodução de fêmeas bovinas de corte

Autores

  • Odair Antônio Alves de Melo Neto
  • Klayto José Gonçalves dos Santos Universidade Estadual de Goiás - Unidade Câmpus São Luís de Montes Belos
  • Aracele Pinheiro Pales dos Santos Universidade Estadual de Goiás - Unidade Câmpus São Luís de Montes Belos
  • Diogo Alves da Costa Ferro Universidade Estadual de Goiás - Unidade Câmpus São Luís de Montes Belos

Palavras-chave:

bem-estar, desempenho reprodutivo, efeitos, temperatura animal

Resumo

A reprodução dos bovinos de corte tem como finalidade a produção de bezerros e bezerras, para contribuir com o desempenho e a lucratividade da propriedade. Para que isso aconteça é preciso que o rebanho destinado a reprodução esteja em condições fisiológicas necessárias para obter máxima eficiência reprodutiva. Neste sentido, objetivou-se revisar aspectos do estresse calórico que interferem na eficiência reprodutiva de fêmeas bovinas de corte. O estado em que o animal está em equilíbrio térmico com o ambiente é determinado conforto térmico, sendo o intervalo de temperatura em que não há mínimo esforço dos sistemas termorreguladores do animal para manter a homeotermia. Os principais sinais clínicos observados em bovinos que se encontram em estresse calórico são: o aumento da ingestão de água, redução do consumo de alimentos, aumento da frequência respiratória, aumento da temperatura retal, sudorese excessiva, alterações das concentrações hormonais, diminuição da taxa metabólica, queda na produção de leite, depressão da expressão do estro, queda da eficiência reprodutiva. A maturação folicular é afetada pela atuação de glicocorticóides, em especial o cortisol, produzido em maior quantidade quando o animal se encontra em estresse calórico, reduz a frequência dos pulsos de hormônio luteinizante (LH) pela hipófise, atraso ou bloqueio das ondas pré- ovulatórias de estradiol e hormônio folículo estimulante (FSH), pela diminuição da secreção de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) pelo o hipotálamo, afetando negativamente a reprodução. As concentrações de estradiol necessárias para dar início ao comportamento do estro não são precisas, sendo impossível afirmar se as vacas com estresse conseguem ou não atingir um limite mínimo de estradiol para manifestação de estro. O uso de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) elimina os problemas de detecção de estro causados pelo estresse calórico, mas não é suficiente para restabelecer as taxas de prenhez a nível semelhante as encontradas quando o animal não apresenta estresse calórico, devido as severas consequência do estresse pelo o calor sobre o desenvolvimento embrionário. Portanto, a implantação de estratégias que possam reduzir os efeitos do estresse calórico na reprodução se faz importante para minimizar possíveis prejuízos, uma vez que os fatores estressantes estão diretamente relacionados com a fertilidade dos animais, afetando diretamente o balanço hormonal reprodutivo da fêmea bovina.

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Publicado

2017-02-02