Desafio da conservação da genética nacional de animais de produção

Resumo

Atualmente encontra-se em território nacional raças de bovinos tal como Curraleiro ou Pé-duro, Caracu, SimBrasil e Canchim chamadas de naturalizadas, crioulas ou locais, estas são oriundas de adaptações dos animais que foram trazidos pelos colonizadores e  apresentam boa adaptação advinda da seleção natural ocorrida em cada habitat. A partir do século XIX as raças locais como o Curraleiro e Caracu começaram a perder espaço para as exóticas como Nelore, Abeerden, em virtude dos maiores índices produtivos, como rendimento e acabamento de carcaça, maior eficiência biológica e melhor conversão alimentar, levando a maioria das raças locais a apresentar um alto grau de endogamia e até sofrerem com ameaça de extinção. Em 1983 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), preocupada com a perda desse material genético único, fonte de características importantes como a rusticidade e resistência aos parasitas tropicais, proveniente da adaptação, adicionou aos programas de conservação da genética nacional as raças locais ameaçadas de extinção e a partir disso criou-se uma rede de conservação dos recursos genéticos animais, englobando os dois tipos de conservação: in situ baseando-se em  núcleos de criação das raças em seu habitat natural, ex situ in vivo sendo a criação dos animais fora do seu local de origem, e ex situ in vitro onde se trata de criopreservação do material genético, ovócito, sêmen, células somáticas e DNA. O melhoramento e a conservação das raças locais ou naturalizadas são de extrema importância para a produção nacional, além da conservação do material in vitro é necessária a conservação in vivo, pois a conservação do material genético por si só pode proporcionar fácil acesso, rapidez no processo, além da conservação propriamente dita da raça, mas pode não ser suficiente para analise das características morfológicas e dos índices de produção possíveis de se atingir como é possível verificar na conservação na conservação  in vivo. Para a realização deste melhoramento é necessário que defina-se o ambiente em que o animal nativo ou naturalizado será mais produtivo do que o animal de raça exótica, resultando no interesse do produtor pelo retorno financeiro positivo que a raça, pode gerar ao mesmo, garantido sucesso à conservação dos recursos genéticos nacionais de animais de produção, garantindo também que estes  estejam disponível para futuras melhorias a outras raças não adaptadas ao nosso meio ambiente.