Uso da bananeira na alimentação animal para o controle de endoparasitas

Resumo

Estudos que visam o controle de parasitas têm relacionado espécies vegetais com propriedades antiparasitárias e, dentre muitas, a Musa spp. teve grande destaque no controle de helmintos gastrintestinais. A bananeira possui propriedades fitoterápicas como substâncias do grupo dos alcaloides de glicosídeos e saponinas, que agem sobre os vermes intestinais principalmente de ovinos e caprinos. A atividade anti-helmíntica se dá devido à presença do tanino encontrado nas lâminas foliares dessa planta. Tais biopolímeros podem exercer ação antiparasitária pela redução da fecundidade das fêmeas de vermes nematóides ou por proteger a proteína ingerida pelo animal, consequentemente, incrementando a disponibilidade proteica no trato gastrintestinal (TGI), o que evita prejuízos ao organismo animal. Em aves, seu uso é comumente utilizado para controle de helmintos e ectoparasitas em sistema de criação caipira, onde as folhas da bananeira são geralmente oferecidas in natura. Testada como fitoterápico antiparasitário em pequenos ruminantes, a banana reduziu o desenvolvimento larval de Haemonchus contortus com eficiência de 96,9% na inibição do progresso do parasita, quando se utilizaram extratos aquosos de folhas, pseudocaules e corações do cultivar prata anã, mostrando que as partes testadas possuem propriedades anti-helmínticas. O extrato aquoso das folhas da bananeira também foi capaz de reduzir 97,9% do desenvolvimento das larvas Haemonchus spp. e 57,1% do crescimento das larvas após oferecer folha de bananeira à dieta de caprinos. Foi verificado que para o controle de helmintos em aves é necessário fornecer o extrato aquoso dos pseudocolmos das raízes da bananeira à vontade. E os perfilhos de bananeira atuam como vermífugos ao serem uma medicação alternativa para galinhas caipiras. O uso do caule lascado da bananeira in natura também é indicado na avicultura, uma vez que possui ação vermicida e combate diarreias, atuando como planta medicinal. Portanto conclui-se que existe um grande potencial desta planta, utilizada como suplementação e com ação fitoterápica na criação de galinhas caipiras. Há a necessidade de estudos aprofundados sobre o uso do tanino na dieta principalmente de aves, já que as literaturas disponíveis comprovam que seu uso é benéfico no controle de endoparasitas.