ENTRE PEÇAS: Sobre ruínas, rugosidades e opacidade. Ensaio sobre as Ruínas urbanas do Centro de Goiânia.
Resumo
O presente artigo pretende analisar a representação social das ruínas no contexto da cidade de Goiânia. Parte do princípio da ruína como fragmento delator dos diferentes processos histórico-social que reflete na construção e ocupação das cidades, cujo anuncia as transitoriedades e permanências de sentido, as rupturas e continuidades dos processos, as interconexões existentes, ou não, entre sujeito, história, memória e fragmento.
Sendo a ruína, um espaço físico produzido em tempos remotos, um artefato que sobrevive às ações do tempo e elucidam uma história, preservada na memória do sujeito ou do coletivo e portando, passível de ser significada, e re-significada ao longo dos anos, conforme sua permanência no tempo e no espaço, qual seria a representação da ruína no contexto urbano? Como estes espaços são vistos hoje? São estes passíveis de re-significação ou transmutação dos sentidos?
Para tentar responder aos questionamentos levantados, este artigo propõem uma interlocução entre o conceito de ruína, espaços opacos e rugosos apresentados por Milton Santos e explorados por Ana Clara Torres Ribeiro, a partir da leitura do processo de decadência dos espaços urbanos, tendo como recorte de análise o setor central de Goiânia, com foco nos fundos de quadra de número 38 e 21.