A concepção espacial na arte brasileira nas décadas de 60 e 70. Transgressão artística nas obras de Hélio Oiticica e Lygia Clark
Resumo
Esta pesquisa busca compreender parte da produção artística de Hélio Oiticica e de Lygia Clark, na transição do sentido da arte do plano bidimensional para o tridimensional. Ambos os artistas formam a vanguarda artística brasileira da década de 1960 e 1970. O enfoque do trabalho são as relações de participação do espectador da obra, de envolvimento dos corpos no espaço das obras produzidas por ambos os artistas no sentido em que tal reflexão rebate-se na reflexão e concepção do espaço arquitetônico. É realçada a importância do período em que Oiticica e Clark atuaram, momento marcado por um espírito revolucionário e pela repressão da ditadura. O significado do corpo sobre a obra é o principal interesse das propostas. Ele deixa seu condicionamento perante a obra de arte e a obra deixa de acontecer enquanto objeto acabado, mas passa a existir enquanto espaço aberto à percepção, à vivência e experimentação de seus usuários. Apresenta-se, assim, uma seleção e análise de obras que refletem a concepção desses artistas e são importantes à discussão do presente trabalho.