ALDO ROSSI E REM KOOLHAAS: RUPTURAS E CONTINUIDADES DISCURSIVAS

Autores

  • Sandra Catharinne Pantaleão Universidade Estadual de Goiás Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Resumo

O presente trabalho evidencia a crítica à urbanística modernista nas falas de Aldo Rossi e Rem Koolhaas. Os pressupostos que embasaram o discurso modernista acerca da cidade ideal foram, ao longo das décadas subsequentes à 2ª Guerra Mundial, colocados à prova. Uma crise disciplinar emergiu e o debate sobre a cidade e suas transformações passaram a ser temas recorrente de diferentes campos disciplinares. Aldo Rossi estabeleceu uma crítica ao funcionalismo urbano em “Arquitetura da Cidade” (1966) e objetivava dotar de cientificidade por meio da linguística e do estruturalismo – paradigmas que abalaram as convicções iluministas. Seu discurso contribuiu para uma prática da leitura e análise do tecido urbano existente, considerando suas estruturas na longa duração histórica, em que resgatou o conceito de tipo de Quatrèmere de Quincy. Reconhecer as permanências permitiria identificar o vocabulário do fazer arquitetônico, enaltecendo-se as partes constituintes de uma memória coletiva. Essa postura de Rossi desencadeou uma onda preservacionista e de forte apelo à história, à memória e à identidade. Por outro lado, face à Crise do Petróleo (1973) e à estagnação econômica, Rem Koolhaas indica outras possibilidades de análise e leitura das cidades, pelo viés das modernizações que sofreram. Em Delirious New York (1978), Nova Iorque é apresentada como a manifestação da cidade moderna, com seus típicos arranha-céus e parafernálias tecnológicas. Mais do que compreender  a estrutura formal, analisa as condições sócio-tecnológicas e econômicas que alteram a morfologia urbana, culminando numa cultura da congestão. Em sua análise, evidencia a importância da prática e a recusa às teorias prescritivas e posturas ortodoxas. O factível é mais interessante à medida que permite perceber os fenômenos que incitam as transformações, muitas vezes, vinculadas às modernizações ou processos de reestruturação urbanos. 

Biografia do Autor

  • Sandra Catharinne Pantaleão, Universidade Estadual de Goiás Pontifícia Universidade Católica de Goiás
    Arquiteta e Urbanista. Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina; Professora no curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-GO e da Universidade Estadual de Goiás. Arquiteta e Urbanista. Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo FAU/UnB.

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Publicado

2015-07-16

Edição

Seção

Morfologia Urbana, Teorias e Profissionais de Arquitetura e Urbanismo